DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Referente ao Crescimento Econômico
A idéia de crescimento
econômico é recente. Antes do surgimento do capitalismo e socialismo
encontravam-se em estágios comparativamente estagnados. Elas eram basicamente
agrícolas e variavam pouco a pouco ao longo dos anos, com exceção da ocorrência
de boas ou más colheitas, de guerras e de epidemias. O Capitalismo, trazendo
contínuas mudanças tecnológicas e acumulação de capital, alterou de forma
radical as estruturas destas sociedades. Neste século a produção industrial
mundial cresceu cinqüenta vezes e, como a população mundial dobrou, a produção
per capita cresceu entre quinze e vinte vezes. Atualmente as preocupações com
as condições ambientais alcançaram vários segmentos das esferas social,
política e econômica. A crescente universalização dos problemas ambientais que
afligem a humanidade implica o estabelecimento de novas reflexões acerca da
utilização dos recursos da natureza, tanto nos países altamente
industrializados como nos países subdesenvolvidos. É evidente que existe uma
relação dinâmica, ou seja, em constante transformação, entre sociedade e
natureza. É por isso que as inovações tecnológicas e o impacto ambiental devem
manter um vínculo entre si.O desenvolvimento econômico consiste na expansão
contínua da renda per capita de uma economia, com melhorias sistemáticas do
bem-estar da população. Os principais fatores do crescimento econômico são:
acumulação de capital; crescimento da população e progresso
tecnológico.Juntamente com a crise econômica que o mundo se encontra hoje, a
humanidade vive também outras crises, entre elas está a crise ambiental e a
crise social. Na tentativa de buscar soluções para estas crises todas que
vivemos hoje, e diante da complexidade dos problemas que atingem a humanidade,
vão surgindo novos conceitos que expressam estes movimentos que a sociedade vai
desenhando. Um desses conceitos é o desenvolvimento sustentável, uma abordagem
de desenvolvimento econômico que procura integrar a produção com a conservação
e ampliação dos recursos.
CRESCIMENTO ECONÔMICO Conceitua-se crescimento econômico como sendo
"o aumento contínuo do produto interno bruto em termos global e per
capita, ao longo do tempo". Kuznets amplia esta definição afirmando que
"a capacidade de crescimento econômico baseada no avanço tecnológico exige
ajustes institucionais e ideológicos".Mas também podemos sintetizar a
palavra crescimento econômico como um conceito de crescimento contínuo da renda
per capita ao longo do tempo.
FATORES DE
CRESCIMENTOO aumento da população e da renda é passada de variações na
quantidade e na qualidade de dois fatores, o capital e a mão-de-obra. Podemos
dizer então que as fontes de crescimento são o aumento do estoque de capital ou
da capacidade produtiva, melhoria tecnológica, eficiência organizacional, ou
seja, eficiência na forma como os insumos integram, aumento na força de
trabalho (quantidade de mão-de-obra), derivada do crescimento demográfico e da
imigração, melhoria da qualidade da mão-de-obra, através de programas de
educação, treinamento e especialização.
Os principais fatores do crescimento econômico são:
Acumulação de capitalOcorre quando uma parte
da renda presente da empresa é poupada e investida de forma a aumentar a
quantidade de produtos e rendas futuros. Precisa-se ter alguns cuidados na hora
de investir, pois o investimento deve ser feito não apenas visando uma parte do
processo, mas sim, o processo como um todo.Exemplo: Um fazendeiro compra um
novo trator para agilizar o processo de arado e conseqüentemente aumentar a
produção, este mesmo fazendeiro precisa lembrar que produzindo mais, terá mais
produtos para colocar no mercado, então precisa analisar, se somente o pequeno
caminhão consegue colocar toda a produção no mercado.
Indicadores de desenvolvimento sustentável
Os
três componentes do Desenvolvimento sustentável
Sustentabilidade ambiental
Como evoluir do tempo e
dos conhecimentos técnicos, o desenvolvimento sustentável foi crescendo como
resposta às assimetrias globais, e aos problemas locais e inter
transfronteiriços.
A sustentabilidade ambiental consiste na manutenção das funções e
componentes do ecossistema, de modo sustentável, podendo igualmente designar-se como a
capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida
para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo em conta a habitabilidade,
a beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias renováveis.
1.
Integrar os princípios do desenvolvimento
sustentável nas políticas e programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais.
4.
Alcançar, até 2020 uma melhoria significativa em
pelo menos cem milhões de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza.
Sustentabilidade econômica
A sustentabilidade económica, enquadrada no
âmbito do desenvolvimento sustentável é um conjunto de medidas e politicas que
visam a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. Aos
conceitos tradicionais de mais valias económicas são adicionados como fatores a
ter em conta, os parâmetros ambientais e sócio-económicos, criando assim uma
interligação entre os vários setores. Assim,
o lucro não é somente medido na sua vertente financeira, mas igualmente na
vertente ambiental e social, o
que potencia um uso mais correto quer das matérias primas,
como dos recursos humanos.
Há ainda a incorporação da gestão mais eficiente dos recursos naturais,
sejam eles minerais, matéria prima como madeira ou ainda energéticos, de forma
a garantir uma exploração sustentável dos mesmos, ou seja, a sua exploração
sem colocar em causa o seu esgotamento, sendo introduzidos elementos como nível óptimo de poluição ou as externalidades ambientais,
acrescentando aos elementos naturais um valor económico.
Sustentabilidade sócio-politica
A sustentabilidade sócio-politica centra-se no
equilíbrio social, tanto na sua vertente de desenvolvimento social como
sócio-económica. É um veículo de humanização da economia, e, ao mesmo tempo,
pretende desenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e culturais.
A Agenda 21 é um plano global de acção a ser
tomada a nível global, nacional e local, por organizações das Nações Unidas,
governos, e grupos locais, nas diversas áreas onde se verificam impactes
significativos no ambiente. Em termos práticos, é a mais ambiciosa e abrangente
tentativa de criação de um novo padrão para o desenvolvimento do século XXI,
tendo por base os conceitos de desenvolvimento sustentável.
As Metas de
Desenvolvimento do Milénio (MDM)
surgem da Declaração do Milénio das Nações Unidas, adoptada pelos 191 estados membros no dia 8 de Setembro de 2000. Criada em um esforço
para sintetizar acordos internacionais alcançados em várias cúpulas mundiais ao
longo dos anos 1990 relativos ao meio-ambiente e desenvolvimento, direitos das mulheres, desenvolvimento social,racismo,
entre outras, a Declaração traz uma série de compromissos concretos que, se cumpridos
nos prazos fixados, segundo osindicadores quantitativos
que os acompanham, deverão melhorar o destino da humanidade neste século.
Esta declaração menciona que os governos "não economizariam esforços para
libertar nossos homens, mulheres e crianças das condições abjectas e desumanas
da pobreza extrema", tentando reduzir os níveis de pobreza, iliteracia e promovendo o bem estar social.[51][52] Estes projectos são monitorizados com
recurso ao Índice de Desenvolvimento Humano, que é
uma medida comparativa que engloba três dimensões: riqueza, educação e esperança média de vida.
Estratégias
nacionais de desenvolvimento sustentável
Lista dos Objectivos do
Milénio das Nações Unidas na sua sede em Nova Iorque.
A primeira revisão para estabelecer os elementos
básicos de boas práticas foi um "Manual para NSDS" preparado por
Carew-Reid et al. (1994) partindo das experiências compartilhadas por vários
países, através de relatórios nacionais e regionais, durante um projecto
liderado pelaIUCN e IIED. Este trabalho preparou o terreno para a
obra mais posteriores. Foi construído em cima pelo CAD da OCDE no seu trabalho para produzir
orientações para ENDS (CAD 2001), que estabeleceu os princípios acordados para
a ENDS, mais tarde ecoou na UNDESA orientação desenvolvido na
sequência de um workshop internacional (UNDESA 2002).
Na prática, é uma estratégia eficaz para o desenvolvimento
sustentável reúne as aspirações e capacidades de governo, sociedade civil e do
sector privado para criar uma visão para o futuro, e para trabalhar
tacticamente e progressivamente para esses objectivos, identificando e
construindo sobre "o que funciona", melhorando a integração entre as
abordagens, fornecendo um quadro para fazer as escolhas que a integração não é
possível. Estas estratégias incidem sobre o que é realmente praticável, pois
com uma estratégia eficaz e abrangente poderá solucionar-se vários problemas ao
mesmo tempo.
Assim, as ENDS apresentam 7 pontos chave, sendo
tratados de forma integrada as questões económicas, ambientais e sociais, a
saber:
§
Transporte Sustentável
§
Consumo e produção sustentáveis
§
Inclusão social, demografia e migração
§
A pobreza no mundo
Agenda 21 local
A agenda 21 local é um processo pelo qual as entidades
nacionais se envolvem com a comunidade civil na elaboração de uma estratégia
conjunta, e com um plano de acção que vise melhorar a qualidade de vida a nível local. Têm como objectivo
aplicar as recomendações da Agenda 21,
ao nível local, envolvendo as entidades governamentais locais, sector
empresarial e industrial e sociedade civil.
Temos de fazer um
paralelo entre crescimento e desenvolvimento. Segundo Mendes (2008), a
diferença é que o crescimento não conduz automaticamente à igualdade nem à
justiça sociais, pois não leva em consideração nenhum outro aspecto da
qualidade de vida a não ser o acúmulo de riquezas, que se faz nas mãos apenas
de alguns indivíduos da população. O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se
com a geração de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las, de melhorar
a qualidade de vida de toda a população, levando em consideração, portanto, a
qualidade ambiental do planeta.
Acreditamos que isso tudo seja possível, e é
exatamente o que propõem os estudiosos em Desenvolvimento
Sustentável (DS), que pode ser definido como: equilíbrio
entre tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais de uma
nação e também dos diferentes países na busca da equidade e justiça social.
“Nessa abordagem, o desenvolvimento sustentável
é composto pelas dimensões econômica, ambiental e empresarial. O objetivo é
obter crescimento econômico por meio da preservação do meio ambiente e pelo
respeito aos anseios dos diversos agentes sociais, contribuindo assim para a
melhoria da qualidade de vida da sociedade” (TENÓRIO, 2004, pág. 25).
Para alcançarmos o Desenvolvimento Sustentável,
a proteção do ambiente tem que ser entendida como parte integrante do processo
de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente (MENDES, 2008).
Para Mendes (2008), o Desenvolvimento
Sustentável tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como metas:
• A satisfação das
necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, lazer, etc.);
• A solidariedade para com as
gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham chance de
viver);
• A participação da população
envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de conservar o ambiente
e cada um a parte que lhe cabe para tal);
• A preservação dos recursos
naturais (água, oxigênio, etc.);
• A elaboração de um sistema
social garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas
(erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas,
como por exemplo, os índios);
• A efetivação dos programas
educativos.
Para elucidar de forma gráfica a dinâmica de
funcionamento de um sistema de desenvolvimento econômico de transformação
social, temos na Figura 06 um ciclo no qual devem atuar em parcerias as redes
locais.
Figura 01 – Rede de desenvolvimento sócio-econômico
A questão é que, com a degradação dos solos e
mares, o aquecimento global, a liquidação da biodiversidade (fauna e flora), a
generalizada polarização entre pobres e ricos e a progressiva perda de capacidade
do governo – e, portanto, da própria capacidade de governança e governabilidade
-, estamos rapidamente nos orientando para impasses estruturais dramáticos, no
sentido literal e não fazendo uma associação com o sentido da palavra. Só os
desinformados, os mentalmente confusos e os privilegiados pelo processo deixam
de perceber o que está em jogo (DOWBOR, 2007).
O atual modelo de crescimento econômico gerou
enormes desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no
mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam
dia-a-dia (MENDES, 2008).
Verifica-se a propedêutica do que foi exposto
(entre crescimento e desenvolvimento), em uma notícia vinculada à Rede UOL em
maio de 2007, com relação ao aumento da dicotomia social na Ásia, mesmo com a
expansão do crescimento econômico.
“O notável crescimento econômico registrado em
2006 na Ásia e na Oceania beneficiou somente uma parte da população e não
diminuiu as desigualdades, afirma a Anistia Internacional (AI) em seu relatório
anual, apresentado hoje em Londres. [...] O relatório ressalta que a região foi
fortemente afetada pela globalização e que “taxas invejáveis de crescimento
econômico” foram alcançadas, em particular pelos dois gigantes asiáticos, China
e Índia, apesar de persistirem grandes disparidades entre a renda, ou nível de
vida geral, dos diferentes setores da população.
[...] O desenvolvimento econômico era promissor,
mas não melhorou a vida do grande número de pessoas que estavam marginalizados
ou sofriam discriminação, como mulheres e minorias étnicas, pois as estruturas
de desigualdade subjacentes estavam profundamente enraizadas [...] (UOL, 2007).
Todo este sistema pautado no capitalismo explorador nos encaminhou para a real
situação em que nos encontramos hoje. E uma das saídas principais para
conciliarmos mudanças nas ações organizacionais, desenvolvimento sustentável,
crescimento econômico e participação social, foi a Responsabilidade Social
Corporativa.