Drogadição ou Toxicodependência é termo genérico criado para conter toda
e qualquer modalidade de vício bioquímico por parte de um ser humano ou a alguma droga (substância química) ou à superveniente interação entredrogas (substâncias químicas), causada ou
precipitada por complexo de fatores genéticos, bio-farmacológicos e sociais,
incluídos os econômico-políticos.
Drogadização, overdose, abstinência das drogas, principais
estratégia ou Medidas para o controlo das drogas
Considera-se, no domínio das ciências médicas conjugadas
com as ciências
sociopolíticas, ser "drogadição" o termo preferível para referir quer
a dependência,
quer a farmacodependência, quer a toxicomania,
na hipótese de se poder inferir aí uma gradação, o que usualmente acontece, na
maioria dos casos . Com efeito,
sob a óptica de inclusão versus exclusão social, falar em drogadição é
politicamente (lato sensu)
preferível a citar diretamente alguma das modalidades. E, numa compreensão
diagnóstica generalista, qualquer investigação clínica começa pelos aspectos
gerais, definindo-se, na seqüência, especificidades.
Conquanto às vezes se proponha drogadição
como "apenas desordem crônica" (a cultura científico-médica inglesa,
por exemplo, é defensora e partidária desse entendimento), não é
menos verdade, todavia, na prática clínica e na constatação médico-social, que
drogadição pode manifestar-se em episódios agudos, os quais, na sequencia de
evolução dos casos, eventualmente podem vir a tornar-se crônicos.
Terminologia e uso
Drogadição significa adição a drogas,
conforme o Dicionário Aurélio
século XXI. Sua etimologia tem a seguinte explicação: "Adicto,
do latim addictu, é um adjetivo, que significa:
1.
Afeiçoado, dedicado, apegado.
2.
Adjunto, adstrito, dependente.
3.
Em medicina é quem não consegue abandonar um hábito nocivo,
mormente de álcool e drogas, por motivos fisiológicos ou psicológicos.
Constata-se, no estudo de comportamentos
relacionados à drogadição, que todas as acepções acima descritas são-lhe
aplicáveis, de forma conjunta e sinérgica.
Adição e drogadição: formas
Adição psíquica refere-se à necessidade
de usar certa droga para obter alívio das tensões, sensação de bem estar.
Caracteriza-se por fenômenos cognitivos, com busca recorrente pelos efeitos
iniciais do uso. Adição psíquica (ou dependência psicológica) normalmente age
no cérebro e produz um ou mais dos efeitos: redução da ansiedade e a tensão;
euforia ou outras mudanças agradáveis do humor; impressão de aumento da
capacidade mental e física e alterações da percepção sensorial sobre a própria
dependência química em ação na pessoa.
Os sintomas mais comuns são a ansiedade,
a sensação de vazio, as dificuldades de concentração, os quais, contudo, podem
variar em extensa gradação, na intensidade e no tipo, de pessoa para pessoa.
Dependência física
Dependência física é um estado de
adaptação do corpo a uma droga, que suscita distúrbios físicos se o uso da
droga é interrompido. Significa uma perda de controle sobre o uso da
substância, criando um estado chamado de craving (em tradução livre —
"ânsia"). A influência do tempo de uso da droga no usuário depende de
vários fatores: forma de uso, compleição física do indivíduo, bem como sua carga
genética.
O uso de uma droga em quantidades e
freqüências elevadas faz o organismo criar, por homeostase,
meios de defesa , causando adaptação tal à droga que, na falta, funciona mal. É
a síndrome de abstinência. [3]
Toxicomania
Toxicomania (do grego transliteradotoxikon = "veneno" + mania = "loucura") caracteriza-se
pelo uso excessivo e repetido de uma ou mais drogas (como analgésicos e psicotrópicos)
sem efetiva necessidade ou justificação terapêutica. Segundo a Organização Mundial da Saúde a "definição estrita da
toxicomania" compreende os quatro elementos seguintes: (1) um compulsão de
consumir o produto; (2) uma tendência de aumentar as doses; (3) uma dependência
psicológica e/ou física do(s) produto(s); (4) o surgimento de conseqüências
nefastas sobre a vida cotidiana da pessoa (emotivas, sociais, econômicas etc.).
Base neurobiológica
A base neurobiológica responsável pelo
desenvolvimento da dependência de drogas é o Sistema de Recompensa do Sistema Nervoso Central.
No sistema límbico (área relacionada ao comportamento
emocional), acha-se uma área relacionada à sensação de prazer, chamada circuito
de recompensa cerebral. Estudos com animais demonstram que estímulos elétricos
nestas regiões provocam sensações de prazer e levam as repetidas tentativas de
estimulação. Todas as drogas de abuso, direta ou indiretamente, atuam no circuito
de recompensa cerebral, podendo levar o usuário a buscar repetidamente essa
sensação de prazer.
Overdose
Sobredose, dose excessiva ou overdose são termos utilizados cientificamente
para denominar a exposição do organismo a grandes doses de uma substância
química, seja ela um medicamento,
uma droga ou outros. Popularmente, refere-se à
exposição a doses excessivas de uma droga, ocorrendo ou não a intoxicação,
isto é, havendo ou não sinais e sintomas clínicos que debilitam o organismo,
provocando a falência de órgãos vitais como coração e pulmões,
podendo levar à morte, sendo uma das suas principais causas entre dependentes químicos.
A overdose pode ser dividida entre
acidental e provocada, fatal ou não, sendo difícil estabelecer um critério para
cada uma dessas situações. Na maioria dos casos, ela ocorre quando o usuário
busca maiores efeitos, perdendo o controle das doses, encaminhando-se às vezes
acidentalmente e outras vezes consciente do risco que corre para quadros que
poderão levá-lo à morte.
Causas
A metabolização, ou seja, a eliminação da
droga ingerida geralmente é feita pelo fígado, onde serão decompostas em
subprodutos menos tóxicos. Quando a ingestão for maior que a velocidade de
metabolização, ocorrerá acúmulo das substâncias tóxicas (intoxicação) em níveis
capazes de provocar parada cardiorrespiratória ou depressão total do sistema
nervoso central, sendo fatal.
Como exemplo podemos citar o álcool, que,
ao atingir entre 0,4% à 0,5% no sangue (equivalente à 600 ml de uísque bebido
num período igual ou inferior à 60 minutos), provoca o coma. Ao se ingerir
entre 0,6% à 0,7% (equivalente à 750 ml, no mesmo período de tempo), todo o
cérebro e medula entram em depressão profunda, provocando paralisia do centro
respiratório, e consequentemente, a morte.
Para a cocaína, a dose capaz de causar
uma overdose, seguida de parada cardíaca, é de 1,2 g.
Sintomas
Os efeitos variam de indivíduo para
indivíduo devido à vários fatores, tais como:
§
Tipo de droga ingerida;
§
Quantidade;
§
Vias de administração;
§
Procedência da droga;
§
Constituição física e psicológica do usuário
§
Circunstâncias em que ocorre a overdose.
Sintomas comuns são problemas
respiratórios e perda de consciência. Muitas mortes por overdose poderiam ser
evitadas se o indivíduo em crise por overdose recebesse socorro especial
imediato. Devemos ressaltar que os amigos ou a(s) pessoa(s) que o socorrem
terão o direito ao anonimato, não correndo o risco de serem delatados.
Tratamento
Deve-se sempre procurar serviços médico
especializado, com profissionais preparados para esse tipo de atendimento, na
rede hospitalar pública ou privada.
Não se deve provocar vômito, o que, em caso de overdose, seria
inefetivo e potencialmente prejudicial.
Abstinência das
Drogas
Síndrome de
abstinência é o "conjunto de modificações orgânicas que se dão em razão
da suspensão brusca do consumo de drogageradora de
dependência física e psíquica, como o álcool,
a heroína,
o ópio, a morfina,
etc." Caracteriza—se
em geral poralucinações e
crises convulsivas.
A síndrome de abstinência apresenta sintomas como disforia, insônia, ansiedade,
irritabilidade, náusea,
agitação, taquicardia ehipertensão.
É muito importante, para seu correto tratamento, a identificação inicial do
tipo de droga usada porque as complicações diferem de acordo com a substância.
A crise de abstinência do álcool tem
início a partir de 72h de interrupção e pode causar delirium tremens e convulsões, sendo mais severa em
pacientes com episódios prévios. Apresenta sintomas específicos como distúrbios
táteis e visuais e convulsões.
No caso da síndrome de abstinência de opióides,
o início do quadro depende da meia vida da droga. Apresenta-se de forma
semelhante a uma gripe severa, com dilatação pupilar,
lacrimejamento, rinorréia, bocejos, espirros, anorexia,
náuseas, vômitos e diarréia.
Não causa convulsões nem delirium.
Os estimulantes como a cocaína e as anfetaminas apresentam como sintomas na
abstinência o sono, aumento do apetite, distúrbios motores, sintomas depressivos, desilusões,
pensamentos paranóicos e comportamento compulsivo.
Os sintomas de abstinência podem ser confundidos porque a
dependência de álcool usualmente está associada ao uso de outras drogas.
A síndrome de abstinência pode ser aguda
(SAA) ou demorada (SAD). A SAA corresponde aos sintomas físicos, psicológicos e
sociais provocados pela falta da droga, que ocorrem de 3 a 10 dias após o
último uso. A SAD corresponde aos sintomas baseados na sobriedade que ocorrem a
partir de meses ou anos após o uso final da droga. Os sintomas, que estão
ligados aos danos causados ao cérebro, apresentam-se durante a sobriedade e
podem ser descritos como mente confusa, problema de memória,
reação emocional exagerada ou apatia, distúrbios
ou alterações do sono, problemas de coordenação motora e sensibilidade ao stress. A SAD pode
ocasionar recaída com freqüência, porém seus sintomas são reversíveis se houver
tratamento adequado.
CONCLUSÃO
Droga é toda e qualquer
substância, natural ou sintética que, introduzida no organismo modifica suas
funções. As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas, de
animais e de alguns minerais. Exemplo a cafeína (do café), a nicotina (presente
no tabaco), o ópio (na papoula) e o THC tetrahidrocanabiol (da cannabis). As
drogas sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso técnicas
especiais. O termo droga, presta-se a várias interpretações, mas ao senso comum
é uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe
as funções, as sensações, o humor e o comportamento.
As drogas estão
classificadas em três categorias: as estimulantes, os depressores e os
perturbadores das atividades mentais. O termo droga envolve os analgésicos,
estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e barbitúricos, além do álcool e
substâncias voláteis. As psicotrópicas, são as drogas que tem tropismo e afetam
o Sistema Nervoso Central, modificando as atividades psíquicas e o
comportamento. Essas drogas podem ser absorvidas de várias formas: por
injecção, por inalação, via oral, injeção intravenosa ou aplicadas via rectal
(supositório).
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