INTRODUÇÃO
Cristóvão Colombo (República de Génova, 1451 — Valladolid, 20 de Maio de 1506) foi um navegador e explorador genovês, responsável por liderar a frota que alcançou ocontinente
americano em 12 de Outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicosde Espanha,
no chamado descobrimento da América. Empreendeu a sua
viagem através do Oceano Atlântico com o objectivo de atingir a Índia,
tendo na realidade descoberto as ilhas das Caraíbas (Antilhas)
e, mais tarde, a costa do Golfo do México na América Central.
DESENVOLVIMENTO
Vida
e Obra de Cristóvão Colombo
Seu nome em
italiano é Cristoforo Colombo, em latim Christophorus
Columbus e em espanhol, Cristóbal
Colón. Este antropónimo inspirou o nome de, pelo menos, um
país, Colômbia[1] e duas regiões da América do Norte: a Colúmbia Britânica noCanadá e o Distrito de
Colúmbia nos Estados Unidos.
Entretanto o Papa Alexandre VI escrevendo em latim sempre chamou ao navegador
pelo nome de Christophorum Colon com significado de Membro e nunca pelo latim Columbus com significado dePombo.[2]
Origem
A vida do
navegador contém muitas incertezas e obscuridades, promovidas por ele próprio e
pelo seu filho Fernando,
que ocultou ou evitou certas passagens da vida de Colombo à época consideradas
pouco honrosas, e procurou realçar a figura do pai frente àqueles que o
procuravam diminuir. Apesar do esforço desenvolvido na investigação da vida do
navegador, ainda restam algumas incertezas, ou fantasias nacionalistas ou
ideológicas. Um dos principais problemas apresentados é o da pátria do
navegador, e embora este assunto não seja de interesse primário, a importância
que lhe tem sido dada e a sua constante actualidade obrigam a que se lhe faça
menção.[3]
Não existiu
qualquer controvérsia sobre a origem italiana do navegador até ao final do
século XIX, quando surgiram as hipóteses mais díspares. Entre outras teorias
ainda mais absurdas, tentou-se fazê-lo natural da Córsega.
No final desse século, Garcia de la Riegla, dePontevedra,
na Galiza, publicou uma
série de documentos que apresentavam nomes de pessoas da região e de raça judia da primeira metade do século XV com os
mesmos nomes da família de Colombo - a despeito destes apenas serem conhecidos
através da documentação genovesa - que supostamente teriam imigrado para Génova
após o nascimento de Colombo. Durante muitos anos esta teoria obteve
popularidade, já que satisfazia o nacionalismo espanhol, o judeu e o galego,
até que em 1928 foi desclassificada como fonte histórica pela Academia de
História espanhola, que comprovou os documentos como sendo autênticos, mas
manipulados para apresentar aqueles nomes.
No mesmo ano em
que a hipótese galega foi descredibilizada, o historiador peruano Luis Ulloa surgiu com um Colombo catalão, um
nobre marinheiro que se chamaria Juan Colón e era inimigo de João II de Aragão, e que seria um suposto
"Scolvus" que chegou à América do Norte em 1476, elaborou um projecto
de descobrimento e o ofereceu a Fernando o Católico em benefício da Catalunha,
mas acabou burlado por este, que conhecia a sua verdadeira identidade, e que
para oculta-la realizou uma série de falsificações de documentos e crónicas.
Esta tese foi inicialmente recebida com entusiasmo na Catalunha,
desvanecendo-se com o tempo na ausência de qualquer documento que a suportasse.[4]
Desde 1915 que vem
igualmente sendo apresentada uma panóplia de hipóteses sobre a origem portuguesa
de Cristóvão Colombo. As mais recentes são da autoria de Manuel da Silva Rosa, tendo inspirado um livro
de José Rodrigues dos Santos e um filme de Manoel de Oliveira.
A versão
normalmente tida como certa entre os historiadores mais acreditados dá-o como
nascido em Génova em 1451, e como genovês foi
reconhecido pelos seus contemporâneos, ao menos na Ligúria.[3] Na biografia Historia
del almirante Don Cristóbal Colón escrita
pelo seu filho Fernando, este obscureceu a pátria e origem de Colombo,
afirmando que o pai não queria que fossem conhecidas tais informações,[5][6] enumerando várias cidades italianas,
em especial ligures, que disputavam tal glória.[3] Em Espanha Colombo
sempre foi considerado como estrangeiro, lamentando-se inclusivamente de como
essa situação o prejudicava em alguns dos documentos que escreveu. Esteve
constantemente em contacto com italianos, e neles depositava a sua confiança.[4]
Que se tenha
conhecimento, Colombo apenas declarou a sua pátria uma única vez, no documento
denominado "Fundación de
Mayorazgo", de 1497, onde falando de Génova diz que "dela saí
e nela nasci".[7][8][nota 1] Não obstante, em vários outros
documentos é afirmada não só a nação genovesa, como a ligação entre o Colombo
genovês e o Colombo almirante. Na documentação notarial genovesa de 1470
acha-se uma condenação a Domenicus de Columbo e ao seu filho Cristofforus,
para pagarem uma dívida a um certo Ieronimum de Porto.[14] Numa minuta datada de 25 de Agosto de
1479, vulgarmente cognominada documento Assereto em honra do homem que a encontrou,
Colombo é referido como civis janue, cidadão de Génova, num
processo sobre uma quantia que supostamente não tinha recebido de Paolo di
Negro, agente em Lisboa da casa comercial de Luigi Centurione.[15] No codicilo de 1506, único testamento seguro de
Colombo, são referidos tanto Jerónimo do Porto, pai de Benito do Porto,
chanceler de Génova, a quem pede que paguem uma soma de 20 ducados; como os
herdeiros de Paolo di Negro e Luigi Centurione, a quem pede que entreguem uma
quantia em dinheiro para saldamento de uma dívida que atormenta a sua
consciência.[14] Em 1502, Colombo outorga ao Banco de
São Jorge, em Génova, uma quantidade sobre as suas rendas, obtendo a resposta
na qualidade de compatriota daquela cidade. Na restante documentação ainda
existente sobre Colombo não é explícito o seu local de nascimento.[4]
Além de ser tido
no seu tempo por italiano, geralmente genovês, no início do século XVI três
escritores de Génova afirmaram não somente a pátria de Colombo, como as suas
origens humildes, para grande indignação do seu filho Fernando, que tratou logo
de lhe arranjar uma origem nobre - embora caído em desgraça - na sua Historia,
pondo o pai a estudar na Universidade de Pavia e emparentando-o com dois famosos
corsários contemporâneos.[4]
No início do
século XIX, a publicação da documentação dos cartórios notariais de Génova e
Savona permitiu a obtenção de mais dados sobre a família e antecedentes
familiares de Colombo, a qual foi recompilada na monumental obra Racolta
Colombiana, produzida no âmbito das comemorações em Itália do IV
centenário da descoberta da América. A documentação sobrevivente sobre a
família de Colombo é inclusivamente mais nomerosa que a de muitos personagens
de maior categoria social. Com base nessa documentação, hoje em dia,
cientificamente, não resta qualquer dúvida sobre as informações que já antes se
tinham como certas, embora de forma mais sucinta. [14]
A data de nascimento foi outro ponto de
especulação, existindo hipóteses para um nascimento ocorrido entre 1436 e 1456.[16] Após a publicação do trabalho de Vignaud
sobre o Documento Assereto, esta data pôde ser fixada no ano de 1451,
embora isso não tenha impedido que alguns continuassem a duvidar.[14]
Antecedentes familiares
Segundo a
documentação existente, Colombo era natural de Génova,[nota 2] tendo provavelmente nascido no bairro
de Quinto,
onde o seu pai residia já em 1429.[18] Era filho de Domenico Colombo e de
Susana Fontanarubea, e neto de Giovanni Colombo, morador em Quinto, e já
defunto a 20 de Abril de 1448. Tinha ainda um tio chamado António Colombo e uma
tia Battistina, casada com Giovanni Frittalo, a qual foi dotada no referido ano
de 1448.[19] A 21 de Fevereiro de 1429 o pai de
Colombo, Domenico, foi enviado pelo seu pai Giovanni, avô de Colombo, para casa
de um tecelão Alemão, como aprendiz dessa arte, por um prazo de seis anos.
Giovanni, originário de Moconesi,
era então habitante em Quinto.[18]
Domenico tornou-se assim tecedor de panos,
mas de carácter inquieto, e procurando melhorar a sua precária situação
económica, estabeleceu-se alternadamente entre Génova e Savona, trabalhando
como taberneiro,
dedicando-se a pequenos negócios, comprando e vendendo quintas, e tendo até conseguido a guarda de uma
das portas de Génova.
Domenico Colombo e
Susana Fontanarossa tiveram pelo menos quatro filhos, Bartolomeu, Cristóvão,
Giacomo e João Peregrino, e uma filha, Blanchinetta, a qual em 1489 estava já
casada com o queijeiro Jacobo Bavarelli. Tanto João peregrino como Blanchinetta
morreram jovens, tendo esta deixado um filho, por nome Pantaleão.[20] Cristóvão e Bartolomeo terão tido
desde cedo vocação marítima, enquanto Giacomo aprendeu o ofício de tecedor.[21]
Vários documentos notariais Genoveses
atestam a presença em Espanha dos três filhos de Domenico, Bartolomeu,
Cristóvão e Giacomo. Em 1489, após um processo entre Domenico e o pai do seu
genro, Giacomo Bavarello, queijeiro, este, já viúvo, assina na qualidade de
legítimo administrador da parte dos seus três filhos. A 11 de Outubro de 1496,
um acordo é assinado entre Giovanni Colombo de Quinto e Matteo e Amighetto,
seus irmãos, todos filhos de Antonio Colombo já defunto, segundo o qual o
primeiro deles se deveria dirigir a Espanha, a expensas comuns, para visitar
«Cristóvão Colombo, seu primo, Almirante do Rei de Espanha». Em 1501, alguns
cidadãos deSavona juraram que Cristóvão, Bartolomeu e
Giacomo Colombo, filhos e herdeiros do defunto Domenico são «há muito tempo afastados
da cidade e território de Savona, para lá de Pisa e de Nice em Provença, e que
vivem em Espanha, como toda a gente sabe e o sabia já.»
Primeiros anos
A data do
nascimento de Colombo pode ser determinada com alguma precisão, uma vez que num
documento datado de 31 de Outubro de 1470 afirma-se que Cristóvão Colombo,
filho de Domenico é já maior de dezanove anos.[23][nota 3] Esta informação, juntamente com o
documento Assereto, onde ele próprio afirma ter "cerca de 27 anos", permite precisar o ano do seu
nascimento como sendo o de 1451, entre 25 de Agosto e
31 de Outubro.
Colombo começou
por seguir o ofício de tecelão, mas muito cedo interessou-se pela navegação. Os estudos que teve devem ter sido
muito elementares, e talvez terá aprendido matemática e a sua bela caligrafia
nalguma modesta escola da região. Segundo o seu filho Fernando, aos catorze
anos começou a navegar. Em 1492 Colombo afirmou que havia vinte e três anos que
navegava, o que leva a 1469 e aos dezanove anos.[nota 4] De qualquer modo, num documento de
1472 ainda se intitula lanerio, e a partir do ano seguinte
não surge mais como vivendo na região. É possível que alternasse entre os dois
ofícios, começando a navegar como grumete e dedicando-se depois ao comércio,
trabalhando à comissão, segundo se vê da documentação notarial.
Nestas primeiras
viagens esteve na ilha de Quios, no mar Egeu,
à época uma colónia genovesa, cuja produção de mástique recordou várias vezes. Recordou também
um feito militar que teria feito ao serviço de Renato de Anjou,
aliádo de Génova e proclamado rei de Aragão pelos catalães revoltados (1466),
uma tentativa de captura em Tunes de uma galeaça de João II de Aragão, ou do sobrinho deste, o rei de Nápoles, com os quais aquele estava em
guerra; este feito, que poderia ter acontecido por volta de 1472, apresenta no
entanto aspectos duvidosos.
Numa vaga afirmação do seu filho Fernando,
recolhida por Las Casas, Colombo teria navegado com o pirata Colombo o
novo, o grego Jorge Bissypat. No entanto, dada a cronologia, se isso
aconteceu apenas pode ter sido com Coulon ou Colombo o
velho, um terrível corsário de seu verdadeiro nome Guilherme de
Casenove.
Presença em Portugal
Não se conhece
qualquer documento dos arquivos portugueses que mencione o navegador. O único
documento em português que o refere é um suposto salvo-conduto de D. João II datado
de 1488 e guardado no Arquivo Geral das Índias, cuja autenticidade é,
no entanto, duvidosa.[27] O registo da presença de Colombo em
Portugal é estabelecido a partir das biografias escritas pelo seu filho Fernando e porLas Casas,
assim como do Documento Assereto, que assinala a
sua presença em Lisboa e na Madeira no
Verão de 1478, e indica a sua intenção de se deslocar para Lisboa em Agosto de
1479.
Segundo o seu
filho Fernando, Colombo chega a Portugal num episódio relacionado com este
pirata Colombo. Conta Fernando que indo Colombo nuns navios mercantes genoveses
em direcção a Inglaterra,
estes foram atacados pelo pirata Colombo o Novo por alturas doCabo de São Vicente, havendo feroz combate,
pois os navios iam armados, tendo ardido vários. Conta Fernando que Colombo
salvou-se agarrado a um remo, chegando a terra muito extenuado. Recolhido pela
população e recomposto, Colombo passou a Lisboa, onde sabia
se encontrarem muitos seus compatriotas da colónia genovesa daquela cidade. Há
neste relato manifesto erro, pois este combate com Colombo o
Novo ocorreu somente em
1486, quando Colombo já se encontrava em Espanha. O episódio parece corresponder a um
outro combate com o pirata Coulon o Velho em 1476. Logicamente que, caso Colombo
realmente tenha chegado desta forma a Portugal, teria estado a bordo das naus
genovesas, e não acompanhando o pirata, como já se supôs.[14]
Em todo o caso, supõe-se que Colombo tenha
vivido cerca de nove anos em terras de Portugal,
entre 1476 e 1485,[28] para onde terá vindo aos vinte e cinco
anos, ao atingir a maioridade.[26] Este período da sua vida resume-se às
suas viagens, ao casamento, e ao grande projecto que começou a acalentar.
Nesta época terá realizado algumas viagens
de grande alcance. De Lisboa terá seguido com o resto da frota genovesa que se
salvara do confronto com o pirata, após esta se reagrupar e reforçar, até
Inglaterra, e ao que parece mais além, pois ele mesmo diz que estando emGalway, no oeste da Irlanda,
viu um home e uma mulher chegarem num tronco vindos de "Catai". Afirmou
também ter chegado a Tule em 1477, comprovando que o seu extremo
sul estava a 73ºN e não a 63º (sendo que este último é que é realmente o valor
correcto) e que apesar de ser Fevereiro o mar não estava gelado, permitindo que
navegasse cem léguas para lá da ilha. Tem sido discutido se de facto chegou à
Islândia, e parece ainda mais improvável tal prolongamento da viagem, cuja
finalidade não se percebe. É possível que a Tule de Colombo fossem as Shetland,
ou as Far Oer, muito mais meridionais. Por outro
lado, a latitude da Tule de Colombo aproxima-se mais da Islândia, e há provas
de que nesse ano o Inverno na Islândia foi muito mais suave que o habitual.[28]
Em Julho de 1478
encontra-se nesta cidade, ao serviço da casa comercial de Ludivico Centurione e
Paolo di Negro, mercadores genoveses cujos herdeiros são citados nos
testamentos de Colombo (1506) e do seu filho Diogo (1523).[22] Por esta data, Colombo desloca-se de
Lisboa à Ilha da Madeira, encarregado de comprar
2400 arrobas de açúcar,
que deveriam ser carregadas no navio do capitão português Fernando de Palência.
Para o efeito, Di Negro havia-lhe fornecido parte do dinheiro, sendo que o
restante deveria chegar ao Funchal a tempo da transacção ser concretizada
e da chegada do navio que deveria carregar o açúcar, o que não aconteceu, tendo
os vendedores se recusado a concretizar a transacção.[29][15]
Embora se suponha
geralmente que Colombo teria vivido no Porto Santo por esta época, cerca de
1478, segundo Pereira da Costa não é crível que tal tenha ocorrido,
dadas as condições muito precárias da ilha nessa época.[30] Do mesmo modo, não se sabe ao certo se
a viagem de 1478 à Madeira teria sido ou não a sua primeira visita àquele
arquipélago.[26]
O caso da
transacção de açúcar falhada acabou nos tribunais de Génova, onde Colombo,
então com 27 anos, se encontrava a 25 de Agosto de 1479, tendo prestado
declarações na qualidade de testemunha e cidadão genovês. No dia seguinte, 26
de Agosto de 1479, Colombo embarcaria novamente com destino a Lisboa.[15]
O facto do tribunal de tribunal de Génova
o considerar ainda como cidadão daquela cidade em Agosto de 1479 permite supor
que nesta data não estava ainda permanentemente estabelecido em Lisboa e seria
ainda solteiro, de acordo com a informação de Las Casas, que diz que o seu
casamento e estabelecimento em Portugal levou a que fosse considerado como
cidadão português.[31] Assim, terá sido apenas após esta data
que desposou Filipa Moniz,
à época residente com sua mãe no mosteiro feminino de Santos-o-Velho da Ordem de Santiago[32] desde a morte do pai, Bartolomeu Perestrelo, cavaleiro da casa do Infante D. Henrique,[33] de ascendência presumivelmente
italiana, de Placência,
e um dos povoadores e primeiro capitão do donatário da ilha do Porto Santo.
O recolhimento de Isabel Moniz, viúva de Bartolomeu Perestrelo, após a morte
deste em 1457 no Porto Santo, junto com a filha neste mosteiro, deve-se
certamente ao facto do Mestre de Santiago ter sido amo de Bartolomeu
Perestrelo.[34] Desta união nasceu o único filho
legítimo de Colombo que se conhece,Diogo,
depois nomeado pela Coroa Espanhola como 2º Almirante e Vice-rei das Índias.
Mais tarde, Colombo terá navegado em
navios portugueses, pois fez uma viagem à Mina, cuja fortaleza apenas se construiu em 1482, e algumas
vezes menciona recordações da Guiné. Deve também ter conhecido as Ilhas Canárias.
Por esta época juntou-se-lhe o seu irmão Bartolomeu, bom cartógrafo e
construtor de esferas, ofício do qual ali vivia. Bartolomeu era muito entendido
em cosmografia, e bom marinheiro, embora não se saiba onde foi buscar esses
conhecimentos, sendo sempre um colaborador leal e eficaz do navegador.[28]
O projecto de Colombo
Foi em Portugal que Colombo começou a
conceber o seu projecto de viagem para Ocidente, inspirado pelo ambiente febril
de navegações, descobrimentos, comércio e desenvolvimento
científico, que converteram a Lisboa da segunda metade do século XV num
rico e activíssimo porto marítimo e mercantil, de dimensão internacional, e
Portugal no país dos melhores, mais audazes e experientes marinheiros, com os
maiores conhecimentos náuticos da época. O projecto terá surgindo não de forma
repentina, mas gradual, provavelmente em colaboração com o seu irmão
Bartolomeu. Após o processo de formação e maturação, o projecto de Colombo
consistia em atravessar o oceano - o único conhecido à época, o Atlântico - em direcção àÁsia.[28]
O historiador norte-americano Vignaud
tentou demonstrar que Colombo apenas procurava alcançar umas distantes ilhas do
Atlântico, mas não chegar às Índias, tendo alterado o projecto após as
descobertas que fez. Esta tese é normalmente descartada pelos historiadores
colombinos de maior competência, já que para descobrir umas simples ilhas não
era necessário negociar tenazmente com monarcas, promover opiniões de sábios e
técnicos, e exigir honras e compensações tão exorbitantes. Tratava-se, sem
dúvida, de uma empresa nova, arriscada, e de importância bem maior que uma
expedição comum.
O seu filho Fernando conta que o pai
começou por pensar que se os portugueses navegavam já tão grandes distâncias
para sul, que poderia fazer o mesmo para oeste, enumerando os factores que o
fizeram pensar na existência de terras a ocidente: A esfericidade da terra; e as leituras de autores
clássicos, como Aristóteles, Estrabão e Plínio, que afirmavam a curta distância entre a
Espanha e África, e aÍndia.
O mais provável, no entanto, é que não tenha se inspirado nesses autores, mas
sim que os tenha lido depois por forma a fundamentar o seu projecto. Os
supostos papéis do sogro que lhe teriam sido entregues por Isabel Moniz teriam juntado indícios materiais,
como troncos de árvores e cadáveres de espécies desconhecidas arrastados pelo
mar. Finalmente, as notícias que obteve de marinheiros que afirmavam ter
encontrado terras a oeste, e as várias tentativas para descobrir supostas ilhas
do Atlântico, comuns por aqueles anos. Colombo observou nas suas viagens e
permanências nas ilhas atlânticas estes indícios, assim como as condições dos
ventos e correntes marítimas, a reconhecer a proximidade
de terra firme, e as rotas mais favoráveis, o que tudo aprendeu com a
experiência portuguesa.[28]
Influência
de Toscanelli
A escola italiana
geralmente considera como inspirador e pai teórico do descobrimento o geógrafo,
médico e matemático florentino Paolo dal Pozzo Toscanelli, que constitui
ele próprio um dos muitos problemas da vida de Colombo. Toscanelli, que morreu
em 1482, e gozou de grande prestígio científico em Itália, manteve prolongada
correspondência com o cónego português Fernão Martins, que mais
tarde ocasionaram uma consulta por parte de D. Afonso V sobre
a possibilidade de chegar à Índia pelo oeste; a acompanhar a resposta e
Toscanelli estava um mapa, que se perdeu.
Esta
correspondência apenas se conhece através de Colombo; o seu filho Fernando
escreve que, uma vez inteirado dela, o pai escreveu a Toscanelli, que lhe
respondeu enviando cópia da carta que havia enviado a Fernão Martins, datada (a
original) de 25 de Junho de 1474. Las Casasdiz
que teve nas suas mãos a tradução em castelhano, pois o original estava em latim. Colombo
teria insistido com Toscanelli, que acabou por lhe enviar uma cópia do mapa já
antes enviado a Afonso V. Estas cartas, no entanto, apenas se conhecem pelas
transcrições de Fernando Colombo e Las Casas incluídas nas suas obras; no
século XIX descobriu-se um texto em latim entre os papeis que pertenceram a
Colombo, escrito por sua mão ou pela do irmão Bartolomeu. Tais cartas foram
sempre geradoras de polémica, sendo consideradas falsas por alguns, como
Vignaud e Carbía, e autênticas pela maioria dos historiadores italianos. Outros
historiadores tomam por autêntica somente a correspondência entre Toscanelli e
Fernão Martins, sendo a restante entre Colombo e Toscanelli considerada
apócrifa, inventada possivelmente pelo filho Fernando, por forma a demonstrar
que o pai, já com o seu projecto idealizado, se tinha apoiado em um parecer de
grande autoridade, assim como empurrar para Toscanelli a responsabilidade pelo
erro cometido por Colombo de pensar que chegara à Ásia oriental ao chegar às
Américas. Ignora-se como Colombo pôde conhecer um tal documento secreto, de
que, de resto, jamais fez ele próprio menção.[35]
O historiador Demetrio Ramos analisou a carta de Toscanelli a
Fernão Martins, no contexto do ambiente português da época. Em 1452teve lugar a viagem de Diogo de Teive, cuja rota antecipou a de
Colombo, a qual tinha a intenção premeditada de fazer o reconhecimento do
Atlântico oriental; nessa viagem encontrava-se o marinheiro Pedro Vásquez de la Frontera , que surge mais
tarde em Palos angariando tripulantes para a
expedição de Colombo, assegurando que se encontrariam as Índias; não é seguro,
no entanto, que Teive tenha avistado terra. Nos anos seguintes, as doações de
ilhas por achar nas chancelarias portuguesas parecem indicar suspeitas
fundamentadas de terras nessas longitudes. É por esta altura, em 1474, que
ocorre a consulta a Toscanelli, com o objectivo de confirmar estes
avistamentos, e de inquirir sobre a possibilidade do oriente asiático estar
mais perto do que o que se suponha. A concessão feita em 1475 a Fernão Teles volta a demonstrar as intenções
portuguesas em encontrar ilhas intermediárias numa rota para o Atlântico
ocidental.[36]
Colombo conseguiu
finalmente fazer aprovar o projecto da sua viagem junto dos Reis Católicos,
após a conquista de Granada,
com a ajuda do confessor da rainha Isabel de Castela.
Os termos da sua contratação tornavam-no almirante dos mares da Índia a descobrir e
governador e vice-rei das terras do Oriente a que se propunha chegar, em
competição com os portugueses que exploravam a Rota do Cabo.
Alguns historiadores têm procurado
demonstrar que o navegador mentia propositadamente a Castela para ajudar
Portugal e que tinha a ajuda de Américo Vespúcio nessa missão.[nota 5]
Presença em Castela
A partir do início
de 1485 Colombo passa a Castela.[26] Chegando a Córdova com
a corte, teve um caso amoroso, no Inverno de 1487-1488 com uma moça humilde por
nome Beatriz Enríquez da qual nasceu, a 15 de agosto de 1488, Fernando Colombo.
A esta moça deixa Colombo, no seu testamento, a renda anual de 10.000 maravedis,
presumivelmente como compensação pelos danos causados à sua honra.[37]
Entre 1485 e 1492 Colombo permanece em
Castela, apenas abandonando a península em 1492 quando parte do porto de Palos na sua primeira expedição.[26]
As quatro viagens ao Novo Mundo
Na noite de 3 de agosto de 1492, Colombo
partiu de Palos de la Frontera, com três navios: umanau maior, Santa María,
apelidada Gallega, e duas caravelas menores, Pinta e Santa Clara, apelidada de Niña depois de seu proprietário Juan Niño
de Moguer.[38] Eram propriedade de Juan de la Cosa e dos irmãos Pinzón (Martín Alonso e Vicente Yáñez), mas os monarcas forçaram os
habitantes de Palos a contribuir para a expedição. Colombo navegou inicialmente
para asilhas Canárias, que eram propriedade da Castela,
onde reabasteceu as provisões e fez reparos. Em 6 de setembro, partiu de San Sebastián de la Gomera para o que acabou por ser uma viagem
de cinco semanas através do oceano.
A terra foi
avistada às duas horas da manhã de 12 de outubro de 1492, por um marinheiro
chamado Rodrigo de Triana (também conhecido como Juan Rodríguez
Bermejo) a bordo dePinta.[39] Colombo chamou a ilha (no que é agora Bahamas) San
Salvador, enquanto os nativos a chamavam Guanahani.
Exatamente qual era a ilha nas Bahamas é um assunto não resolvido. As
candidatas principais são Samana Cay, Plana Cays e San Salvador (assim
chamada em 1925, na convicção de que era a San Salvador de Colombo). Os indígenas que
encontrou, oslucaians, taínos ou aruaques,
eram pacíficas e amigáveis. Desde a entrada em 12 de outubro de 1492 em seu
diário, Colombo escreveu sobre eles: "Muitos dos homens que já vi têm
cicatrizes em seus corpos, e quando eu fazia sinais para eles para descobrir
como isso aconteceu, eles indicavam que pessoas de outras ilhas vizinhas
chegavam a San Salvador para capturá-los e eles se defendiam o melhor possível.
Acredito que as pessoas do continente vêm aqui para tomá-los como escravos.
Devem servir como ajudantes bons e qualificados, pois eles repetem muito
rapidamente o que lhes dizemos. Acho que eles podem muito facilmente ser
cristãos, porque eles parecem não ter nenhuma religião. Se for do agrado de
nosso Senhor, vou tomar seis deles de Suas Altezas quando eu partir, para que
possam aprender a nossa língua."[40]Observou
que a falta de armamento moderno e até mesmo espadas e lanças forjadas de metal
era uma vulnerabilidade tática, escrevendo: "Eu poderia conquistar a
totalidade deles com 50 homens e governá-los como quisesse."[41] Colombo também explorou a costa
nordeste deCuba,
onde desembarcaram em 28 de outubro (segundo os próprios cubanos[42] o nome é derivado da palavra Taíno,
"cubanacán",
significando "um lugar central"), e o litoral norte deHispaniola,
em 5 de dezembro. Aqui, o Santa Maria encalhou na manhã do natal de 1492 e
teve de ser abandonado. Foi recebido pelos cacique nativo Guacanagari, que lhe deu permissão para
deixar alguns de seus homens para trás. Colombo deixou 39 homens e fundou o
povoado de La Navidad no local da atual Môle Saint-Nicolas, Haiti.[43] Antes de retornar à Espanha, Colombo
também sequestrou entre 10 a 25 nativos e os levou de volta com ele. Apenas
sete ou oito dos índios nativos chegaram à Espanha vivos, mas
eles causaram forte impressão em Sevilha.
A sua segunda
viagem iniciou-se em 1493, com três naus e catorze caravelas.
Nela avistou as Antilhas e abordou a Martinica.
Rumou depois para o norte e alcançou Porto Rico.
Foi a Hispaniola onde a pequena colônia tinha sido
arrasada pelos indígenas.
Tendo ali deixado outro contingente de homens, navegou para o ocidente e chegou
à Jamaica.
Nessa viagem fundou Isabela, atual Santo Domingo,
naRepública Dominicana, a primeira povoação
européia no continente americano.
Para a terceira
viagem, partiu em 1498, com seis naus, tendo
chegado à ilha da Trinidad depois de uma atribulada viagem.
Rumando ao sul chegou a uma grande terra que pensou ser uma ilha, a que chamou
de Gracia. Rumando ao norte chegou a Santo Domingo, onde entrou em
conflito com o governador, vindo ele e o irmão a ser presos e enviados para
Castela.
Na
quarta viagem, saiu de Cádiz com quatro naus em 1502, propondo-se uma vez
mais a chegar ao Oriente. Avistou a Jamaica e, depois de grande tempestade,
chegou à Ilha de Pinos nas Honduras.
Avistou depois as costas da Nicarágua, Costa Rica e Panamá.
Devido ao péssimo estado das naus teve de regressar a Hispaniola, de onde
voltou para Castela.
Últimos anos
Túmulo
de Colombo na Catedral de Sevilha. Os restos mortais são
carregados pelos reis de Castela,Leão, Aragão e Navarra.[45]
Embora Colombo tenha sempre apresentado a
conversão dos não-cristãos como um dos motivos das suas expedições, a sua religiosidade
aumentou nos últimos anos de vida. Provavelmente com o apoio do seu filho Diogo
e do seu amigo, o monge cartuxo Gaspar Gorricio, Colombo produziu dois
livros nos seus últimos anos: o Livro de Privilégios (1502), detalhando e documentando as
mercês que havia recebido da Coroa Espanhola,
e aos quais acreditava que ele e seus herdeiros tinham direito, e um Livro
de Profecias (1505), no
qual usou passagens da Bíblia para colocar os seus feitos como explorador no
contexto da escatologia cristã.[46]
No final da vida, Colombo exigiu que a
Coroa Espanhola lhe desse 10% de todos os proveitos obtidos nos territórios
descobertos, tal como estipulado nas capitulações de Santa Fé. No entanto, uma vez
que Colombo havia sido dispensado das suas obrigações como governador, a Coroa
não se sentiu obrigada por esse contrato, e as suas exigências foram
rejeitadas. Após a sua morte, os herdeiros de Colombo processaram a Coroa com
vista a obter uma parte dos proveitos do comércio com as Américas, assim como
outros benefícios. Isto levou a uma longa série de disputas legais conhecidas
comopleitos colombinos.
Colombo morreu em Valhadolid a 20 de Maio de 1506, com cerca de 55
anos, com uma considerável riqueza proveniente do ouro que os seus homens
haviam acumulado em Hispaniola.
À data da sua morte, Colombo estava ainda convencido que as suas expedições
tinham sido realizadas ao longo da costa oriental da Ásia. De acordo com um
estudo publicado em Fevereiro de 2007, realizado por Antonio Rodriguez
Cuartero, do Departmento de Medicina Interna da Universidade de Granada, Colombo morreu de paragem cardíaca causada porartrite reactiva.
Segundo os seus diários pessoais e anotações deixadas pelos seus
contemporâneos, os sintomas desta doença (ardor doloroso quando se urina, dor e
inchamento das pernas, e conjuntivite)
eram claramente evidentes nos três últimos anos da sua vida.[47]
Os restos mortais de Colombo foram
inicialmente sepultados em Valhadolid, sendo depois transladados para o Mosteiro da Cartuxa emSevilha.
Em 1542, por desejo expresso pelo seu filho Diogo,
que fora governador de Hispaniola,
os restos mortais foram transferidos paraSanto Domingo,
na actual República Dominicana. Em
1795, quando a França obteve o controlo de toda a ilha de Hispaniola, os restos
mortais de Colombo foram transladados para Havana, Cuba, e
após a independência cubana, na sequência da Guerra Hispano-Americanade
1898, novamente transferidos para Espanha, para a Catedral de Sevilha,[48] onde
se encontram sobre um sumptuoso catafalco.
No entanto, em 1877, uma caixa de chumbo com a inscrição "Don Christopher
Columbus" e contendo fragmentos de osso e uma bala, foi descoberta em Santo Domingo.
De modo a pôr fim às alegações de as relíquias erradas haviam sido transferidas
para Havana e que os restos mortais de Colombo haviam sido deixados enterrados
na Catedral de Santo Domingo, em Junho de 2003 foram tiradas amostras de ADN dos restos mortais que se encontram em
Sevilha,[49]assim
como outras amostras de ADN dos restos mortais dos seus filhos Diogo e Fernando.
As observações iniciais sugeriram que os ossos não aparentavam pertencer a
alguém com o físico e idade associados a Colombo.[50] A extracção de ADN revelou-se difícil;
apenas pequenos fragmentos de ADN mitocondrial puderam ser isolados. Estes fragmentos
encontraram uma correspondência exacta no ADNmt do seu irmão Diogo, sustentando
a tese de que ambos terão partilhado a mesma mãe.[51][52] Tal evidência, juntamente com a
análise histórica eantropológica, levou os investigadores a concluir que os
restos mortais que se encontram em Sevilha pertencem a Cristóvão Colombo.[53] As autoridades de Santo Domingo nunca
permitiram que os restos mortais que aí se encontram fossem exumados, de modo
que desconhece-se se algum deles pertence também ao corpo de Colombo.[52][53] Estas relíquias encontram-se
actualmente no "Farol de Colombo" (Faro a Colón), em Santo Domingo.
Obra
A documentação escrita deixada por Colombo encontra-se num castelhano
aportuguesado, que se acredita tenha aprendido em Portugal, onde residiu
durante alguns anos e onde casou. Conhecem-se escritos desde 1481, anteriores à
sua passagem para Castela,
onde descreve a data da criação do mundo segundo os Judeus. Conserva-se uma
única carta para ele, do rei D. João II de Portugal, quando Colombo já vivia
fora de Portugal.
Armas originais
Existe alguma controvérsia em torno das armas originais que Colombo teria usado
antes de Junho de 1493. Em 2007 foi
publicada em Madrid a Provisão Real com estas armas assinado pelos Reis Católicos.[54]
Colombo
e a sífilis na Europa
Colombo
e os seus marinheiros não se limitaram a descobrir o Novo Mundo, e a introduzir
as doenças do continente europeu no americano. Também trouxeram da América para
a Europa a sífilis.
Embora essa teoria não seja nova, um estudo atual emprendido por uma equipe com
elementos de três universidades estadunidenses - Emory, Columbia e Mississipi
State -, confirma-o. A doença, uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria "Treponema pallidum", sem tratameto,
pode causar danos ao coração, cérebro, olhos eossos e até a morte, razões pelas quais foi
estigmatizada e temida por séculos. A primeira epidemia de sífilis de que há
notícia na Europa ocorreu em 1495, dois anos após o
regresso de Colombo de sua viagem de descobrimento, coincidência temporal que
deu origem à teoria no passado. Estudos genéticos da bactéria, levados a cabo
em 2008 deram maior força à hipótese.
Conclusão
Cristóvão Colombo foi um dos maiores exploradores da história, e é
amplamente reconhecido como um dos primeiros europeus a liderar uma frota de
navios até a América.
A vida de Colombo sempre foi cercada de
mitos, e pouco se sabe sobre seus primeiros anos. Historiadores concordam que
ele provavelmente nasceu em Gênova, em 1451, apesar de não haver provas
conclusivas.
Ele provavelmente começou sua carreira no
mar quando trabalhava como mercador.
A partir de 1477, Colombo empreendeu uma
série de viagens a lugares como Madeira, Irlanda, Groenlândia e Guiné. Nessas
viagens, ele aprendeu tudo o que pôde sobre os sistemas de ventos do Atlântico,
mas sua grande ambição era descobrir a rota marítima ocidental para Ásia.
Cristóvão Colombo partiu em direção às
Índias atravessando o Atlântico em 3 de agosto de 1492. Ele chegou ao litoral
que hoje conhecemos como as Bahamas dez semanas depois, em 12 de outubro. Ele
voltou à Espanha triunfante, e nos próximos seis anos completou mais três
viagens pela coroa espanhola. Ele morreu de complicações decorrentes de gota em
20 de maio de 1506.
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