INTRODUÇÃO
Segundo outros autores, pelo contrário, um
fóssil é todo e qualquer resto ou vestígio de organismos do passado preservado
em contexto geológico, independentemente da sua idade. De acordo com estes
paleontólogos, fixar uma qualquer data para se poder considerar se algo é ou
não um fóssil é arbitrário. Por outro lado, sendo o Holocénico (menos de 10.000
anos) parte do registo geológico, os restos orgânicos contidos em rochas
holocénicas deverão ser considerados fósseis. Ou seja, o que determina o fóssil
é a ocorrência conjunta de um resto identificável com origem biológica num
contexto geológico, independentemente do seu tipo e da sua idade.
A importância dos Fosseis na Datação do
Terreno
Os fósseis são uma importante ferramenta para os geólogos e
biólogos. Através do estudo dos fósseis os geólogos são capazes de identificar
o paleoambiente gerador das rochas sedimentares bem como sua idade relativa, o
movimento dos continentes, a variação do clima da Terra etc. A indústria do petróleo,
em todo o mundo, utiliza-se também das informações oferecidas pelos fósseis
para encontrar óleo, gás natural, etc.
Preservam-se como moldes do corpo ou partes do próprio ser vivo, seus rastros
e pegadas. A
totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas
sedimentares é conhecido como registro fóssil. A palavra "fóssil"
deriva do termo latino fossilis que significa "desenterrado"
ou "extraído da terra". A ciência que estuda os fósseis é a Paleontologia,
iniciada com os trabalhos de Georges Cuvier.
Por outro lado, os biólogos, que procuram entender como
surgiu a grande diversidade de organismos, utilizam os fósseis nos seus estudos
evolutivos. O entendimento dos processos que controlaram a evolução e dispersão
dos organismos por toda Terra são úteis para a compreensão de temas como o
surgimento da vida, surgimento de novas espécies, crises biológicas etc.
A geração de fósseis, ao contrário do que
se poderia supor, é um fenómeno corriqueiro e que ocorre frequentemente. O
registo fóssil contém inúmeros vestígios fossilizados dos mais variados organismos do passado geológico da Terra. Tudo
pode fossilizar, até mesmo os restos orgânicos mais delicados e perecíveis.
Contudo, a preservação de matéria orgânica ou de restos esqueléticos delicados,
uma vez que estes se decompõem e são destruídos rapidamente, requer
condições de fossilização fora do comum que, por serem especiais, ocorrem na
natureza mais raramente. Daí que fósseis de restos destes tipos não sejam
frequentes.
Pelo contrário, a preservação de partes
esqueléticas biomineralizadas, mais duras e resistentes à decomposição e à
erosão, tais como dentes, conchas, carapaças e ossos, é bem mais frequente e,
por isso, a esmagadora maioria do registo fóssil é constituída por fósseis
deste tipo de restos biológicos. Em qualquer das circunstâncias, para que os
restos de um qualquer organismo fossilizem, é fundamental que estes sejam
rapidamente cobertos por um material que os preserve, geralmente sedimento.
Somente os restos ou vestígios de
organismos com mais de 11.000 anos são considerados fósseis. Este tempo,
calculado pela última glaciação, é a duração estimada para a época geológica do Holoceno ou Recente. Quando os vestígios ou
restos possuem menos de 11.000 anos, são denominados de subfósseis.
Importância
A informação sobre a vida do passado
geológico (como eram os organismos do passado, como viviam, como interagiam com
o meio, comoevoluiu a vida
ao longo do tempo) está contida nos fósseis e na sua relação com as rochas e os
contextos geológicos em que ocorrem. O mundo biológico que hoje conhecemos é o
resultado de milhares de milhões de anos de evolução. Assim, só estudando pale ontologicamente
o registo fóssil - o registo da vida na Terra - é possível entender e explicar
a diversidade, a afinidade e a distribuição geográfica dos grupos biológicos
actuais. E este tipo de estudo, tornou-se viável, através dos trabalhos de Georges Cuvier,
que mediante à aplicação de suas leis da Anatomia Comparada, comprovou o fenómeno da extinção e da sucessão biótica. Ao possibilitar
as reconstruções paleontológicas de seres que apresentavam seu registo fóssil
fragmentado, por exemplo um único osso, Georges Cuvier,
abriu caminho para posteriores elaborações de seqüências evolutivas, que deram
suporte às teorias sobre a evolução orgânica.
Com base no princípio de que "o
presente é a chave do passado", enunciado por Charles Lyell,
partindo do conhecimento dos seres vivos actuais e ainda de seu estudo
biológico, é possível extrapolar-se muita informação sobre os organismos do
passado, como o modo de vida, tipo trófico,
de locomoção e de reprodução,
entre outros, e isso é fundamental para o estudo e a compreensão dos fósseis.
A partir dos fósseis, uma vez que eles são
vestígios de organismos de grupos biológicos do passado que surgiram e se
extinguiram em épocas definidas da história da Terra, pode fazer-se a datação
relativa das rochas em que ocorrem e estabelecer correlações (isto é,
comparações cronológicas, temporais) entre rochas de locais distantes que
apresentem o mesmo conteúdo fossilífero. O estudo dos fósseis e a sua
utilização como indicadores de idade das rochas são imprescindíveis, por
exemplo, para a prospecção e exploração de recursos geológicos tão importantes
como o carvão e o petróleo.
Tipos
de fósseis
Existem dois tipos básicos de fósseis: os somatofósseis e os icnofósseis.
§
Somatofóssil:
Fóssil de restos somáticos (isto é, do corpo) de organismos do passado. Por
exemplo, fósseis de dentes, de carapaças,
de folhas, de conchas,
de troncos, etc.
§
Icnofóssil:
Fóssil de vestígios de actividade biológica de organismos do passado. Por exemplo, fósseis de pegadas, de
marcas de mordidas, de ovos (da casca dos ovos), de excrementos (os coprólitos),
secreções urinárias (urólitos), de túneis e
de galerias de habitação, etc.
Os fósseis – somatofósseis e icnofósseis – podem ocorrer sob a forma de
diversos produtos dos processos de fossilização que ocorrem após o enterramento
dos restos esqueléticos ou dos vestígios de actividade orgânica. Os mais
frequentes são as mineralizações (incluindo as permineralizações), os moldes e as
incarbonizações.
Mumificação ou
conservação
A mumificação é o mais raro processo de
fossilização. Pode ser:
§
Total
- quando o ser vivo é envolvido por uma substância impermeável (por exemplo:
resina, gelo) que impede a sua decomposição.
§
Parcial
- quando as formações duras (carapaças, conchas, etc) de alguns organismos
permanecem incluídas nas rochas por resistirem à decomposição.
Mineralização
Este processo, também denominado de petrificação, consiste literalmente
na substituição gradual dos restos orgânicos de um ser vivo por matéria
mineral, rocha, ou na formação de um molde desses restos, mantendo com alguma
perfeição as características do ser. Ocorre quando o organismo é coberto
rapidamente por sedimento após a morte ou após o processo inicial de deterioração.
O grau de deterioração ou decomposição do organismo quando recoberto, determina
os detalhes do fóssil, alguns consistem apenas em restos esqueléticos oudentes; outros fósseis
contêm restos de pele, penas ou até tecidos moles. Uma vez coberto
com camadas de sedimentos, as mesmas compactam-se lentamente até formarem
rochas, depois, os compostos químicos podem ser lentamente trocados por outros
compostos. Ex.: carbonato por sílica.
Moldagem
Consiste no desaparecimento total das
partes moles e duras do ser vivo, ficando nas rochas um molde das suas partes
duras. O molde pode ser:
§
Molde
externo - quando a parte exterior do ser vivo desaparece deixando a sua forma
gravada nas rochas que o envolveram.
§
Molde
interno - os sedimentos entram no interior da parte dura e quando esta
desaparece fica o molde da parte interna.
Marcas
É o tipo de fossilização mais abundante em
que permanecem vestígios deixados pelos seres vivos, uma vez que é o mais fácil
e simples de ocorrer. Exemplos de marcas podem ser: pegadas e ovos de animais.
Moldes
e traços de fósseis
Um molde de fóssil é formado por fluidos infiltrados que dissolvem os restos de
um organismo, criando um buraco na rocha . Se esse buraco for preenchido com
mais minerais, é chamado de molde fóssil. Se o enterro do organismo for rápido,
são grandes as chances de que até mesmo as impressões de tecidos moles
permaneçam. Traços fósseis são os restos de caminhos, enterros, pegadas, ovos, conchas, ninhos e fezes . Estes últimos, chamados coprólitos,
podem fornecer uma ideia do comportamento alimentício do animal, tendo assim, grande
importância.
Fósseis
em resina
Fósseis conservados em resina são um
exemplo de mumificação (ou conservação). Animais menores,
como insectos, aranhas e pequenos lagartos, quando
presos em resina ou âmbar,
que é segregado por certas árvores,
ficam praticamente intactos por milhares de anos. Estes fósseis podem ser
encontrados em rochas sedimentares, assim como os demais tipos de fósseis.
Âmbar é uma substância resinosa e aromática, com consistência de cera rija, que
foi produzida por uma espécie extinta de pinheiro.
Pseudofósseis
Os chamados "pseudofósseis" (do
grego pseudós, falso + fóssil) não são fósseis, não devem ser tratados
como fósseis, nem incluídos em classificações paleontológicas ou em textos
sobre fósseis. São designados "pseudofósseis" (ou seja, literalmente,
"falsos fósseis") apenas por serem objectos geológicos que fazem
lembrar estruturas orgânicas fossilizadas.
O exemplo mais típico de pseudofósseis são as dendrites, precipitações
inorgânicas de minerais que fazem lembrar "fósseis" de plantas.
Fóssil
vivo
"Fóssil vivo"
é um termo informal, frequentemente utilizado em textos não científicos (de
divulgação) e em manuais escolares, para designar organismos pertencentes a
grupos biológicos actuais que são os únicos representantes de grupos que foram
bem mais abundantes e diversificados no passado geológico da Terra. Por essa
mesma razão, os organismos apelidados de "fósseis vivos" apresentam,
frequentemente, aspectos morfológicos muito similares aos dos seus parentes
mais antigos preservados sob a forma de fósseis no registo geológico.
Os "fósseis vivos" não são
"espécies" que não evoluíram, não são organismos "parados no
tempo". São organismos distintos do passado, pertencendo a espécies
distintas das representadas no registo fóssil, mas com as quais são
directamente aparentados e, portanto, morfologicamente muito similares.
Um exemplo típico de "fóssil
vivo" são os peixes da espécie actual Latimeria chalumnae. Até à descoberta
destes peixes nos mares do Oceano Índico, em 1938, os Coelacanthiformes (grupo biológico a que Latimeria
chalumnae pertence) só
eram conhecidos do registo fóssil.
Outro exemplo famoso é o das árvores da
espécie Ginkgo
biloba que não têm
parentes próximos entre as plantas da actualidade, mas que pertencem a um grupo
biológico (as Ginkgoales) que foi muito abundante e diversificado desde o
Pérmico ao Paleocénico.
Outros organismos frequentemente apelidados de "fósseis vivos"
são, por exemplo, os organismos das espécies Ennucula superba, Lingula anatina,
um braquiópode inarticulado, o tuatara,
o caranguejo-ferradura Limulus polyphemus e os organismos do género Nautilus.
Tafonomia
A Tafonomia do grego tafós (sepultamento)
+ nómos (lei) é a
disciplina paleontológica que se ocupa do estudo dos processos de transferência
dos restos e dos vestígios biológicos (ou melhor, da informação biológica) da
Biosfera do passado para a Litosfera do presente. Ou seja, a Tafonomia estuda os processos de formação dos
fósseis, desde o momento em que um dado resto ou vestígio biológico é produzido
até que o encontramos, fossilizado, no registo fóssil.
CONCLUSÃO
Depois de algumas investigações sobre a importância dos
Fosseis na datação do Terreno, conclui que; Fósseis são restos ou
vestígios preservados de animais, plantas ou outros seres vivos em rochas, como
moldes do corpo ou partes deste, rastros e pegadas. A ciência que estuda os
fósseis é a Paleontologia. A fossilização raramente ocorre porque a matéria
orgânica dos seres vivos tende a ser rapidamente decomposta. Logo, para que um
organismo seja fossilizado, os restos devem ser cobertos por sedimentos o mais
rápido possível. Existem diferentes tipos de fósseis e diferentes processos de
fossilização.
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