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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Os Reinos Sudaneses


INTRODUÇÃO
Na Antiguidade floresceram neste território duas civilizações: a Núbia e o Kush (ou Cush). Desde tempos remotos, a história do Sudão confunde-se com a da Núbia, que lhe ocupa a parte setentrional. Em 1.570 a.C., data em que começou a XVIII Dinastia, a Núbia era uma provínciaegípcia. Do século XI a.C. ao IV d.C., a Núbia (norte do Sudão) fez parte do reino de Cush, Império núbio egipcianizado que governou o próprio Egito de 713 a 671 a.C. Em cerca de 350 d.C., Meroe, capital da Núbia desde o século VI a.C., foi destruída pelos etíopes.
Makuria (em língua árabe al-Mukurra ou al-Muqurra) foi um dos três reinos da Núbia Cristã, e existiu entre os séculos IV e XIV. Os outros eram Alodia e Nobatia.
Situava-se na região do vale do rio Nilo que actualmente é partilhada pelo Egipto e pelo Sudão. A sua capital era Dongola (ou Dunqulah) e, no século VI, era o reino mais poderoso da região. Os seus líderes adoptaram a Igreja Copta em 543 e, depois de assinar um tratado de paz, conhecido como obakt, com o Egipto islâmico, em 651, o reino de Makuria sobreviveu como entidade independente até ser dominada por invasores árabes.
















DESENVOLVIMENTO
Os Reinos Sudaneses
A partir do século VII, os árabes beduínos invadiram o norte da África, onde converteram a maioria dos berberes ao islamismo. O domínio árabe intensificou as ligações comerciais entre o norte e o Sudão.
Percorrendo o deserto de norte a sul, as caravanas de camelos traçaram uma rede de contactos comerciais constituídas pelas rotas denominadas "transaarianas". O sal, o ouro e os escravos eram os principais artigos desse comércio.

O desenvolvimento desse comércio caminhou paralelamente à formação sucessiva dos reinos sudaneses de Gana, Mali e Songhai.

O reino de Gana, situado a 800 km do país atual de mesmo nome, já era mencionado em documentos árabes do século VIII. Foi o Estado dominante no Sudão Ocidental até o século XIII, quando o reino de Mali o superou. No século XV, o reino de Songhai ultrapassou o poderio de Mal

Os três Reinos cristãos do Sudão.
Na Antiguidade floresceram neste território duas civilizações: a Núbia e o Kush (ou Cush). Desde tempos remotos, a faixa norte tem feito parte da região da Núbia. Em 1570 a.C., data em que começou a XVIII Dinastia, a Núbia era uma província egípcia. Do século XI a.C. ao IV d.C., a Núbia (norte do Sudão) fez parte do reino de Cush, Império núbio egipcianizado que governou o próprio Egito de 713 a 671 a.C. No século VI da era cristã missionários cristãos entraram na Núbia e converteram três importantes reinos da região; o mais poderoso deles foi o de Makuria, o qual teve fim no início do século XIV como conseqüência da invasão dos mamelucos egípcios. Esses reinos cristãos negros coexistiram por vários séculos com seus vizinhos muçulmanos no Egito, constituíndo-se bastiões contra o avanço do islamismo. Do século XIII ao XV, porém, nômades árabes emigraram do Egito para o Sudão, o que provocou o colapso dos reinos cristãos.
Por volta de 1500, uma confederação árabe e os funj puseram fim ao reino da Alwa, reino cristão mais meridional do Sudão. Daí em diante, a metade norte do Sudão abrigaria povos racialmente mesclados, na maioria muçulmanos e árabes. Os Funj, povo que não era nem árabe nem muçulmano, fundaram um sultanato em Sennar e governaram grande parte do centro do Sudão do início do século XVI ao início do século XIX.

ASKIAS. APOGEU DO GAO

             Logo, nascerá uma nova dinastia. Com a crise dinástica após a morte de Sonni ali, Mohammed Turé (Mohammed Todoro do clã dos tekruriano dos Syllas), mata seu filho Sonni Baro. Assume o nome de Askia Mohammed, passa a ser líder do Império Tekrur de 1493 a 1528. Mohammed tinha total apoio dos Ulemás[8], e tinha total firmamento em sua fé islâmica. Mais metódico e organizador que Ali, foi um ótimo sucessor. Apressou-se em purificar os costumes em seus domínios que eram muito ligados ao animismo nativo. Em 1496, peregrina a Meca, fazendo alusão a Kanka Mussa, sendo escoltado por uma grande comitiva e por muito ouro. E nessa viagem ocorre seu encontro com o califa:


"Sentindo-se talvez inferiorizado pelo problema da sua legitimidade, não descansou enquanto não obteve do califa, que encontrou no Hedjaz, a confirmação do seu título do califa para a Sudão: Khalifatu biladi al-Tekrur." (KI-ZERBO, 1999,p.185).

Adquiriu algumas posses que serviriam como bases religiosas em Meca e seus arredores. Exigiu a conversão Mossí, que por enormes dificuldades, acabou sendo meio que "esquecida". O Songai se firma aos ataques as cidades Haúças[9], que mesmo fortificadas por muralhas foram derrubadas uma a uma. Logo, se intrometem a uma região de Tuaregues, estes que seguidas vezes saqueava essas cidades. Kanta do Kebbi foi à única a resistir. A partir desta resistência Haúça, em 1512, suas expansões começam a frear, mesmo assim conseguem manter três cidades haúças e ainda as minas de sal do sul marroquino. Mal, sabiam eles que o fim estava perto destas minas...


           Problemas intestinos começam a surgir no seio do Império Tekrur. Mussa, filho de Mohammed, mata seu tio Yaya, e depõem seu pai logo na seqüência em 1528. Askia Mussa, em breve é assassinado por Askia Mohammed II (1531-1537), este chamado antes de Bunkan Korei. Quase um "Hércules", foi considerado um líder nato, não fugindo do front de batalha. Gostava de mulheres e festas, perseguiu o velho askia e tentou mata-lo para não correr riscos em seu reinado. Foi perseguido pelos seus irmãos, fugindo para o Mali. Askia Ismael ascende em 1537 e fica até 1539. Chefe do período de grande fome em Songai, ele instala de novo o velho askia no palácio, em Gao. O velho askia fica influindo na política local, até sua morte aos 95 anos, sendo o mais brilhante dos askias. Após Ismael, vem Ishak I (1539-1549). Ameaçou o poderio do Sultão do Marrocos.


"Ismael, filho de Askia Mohammed, e o seu sucessor, Ishak I, mativeram bem alto o prestígio império, pois o segundo vai até o ponto de saquear Niani, a capital do Mali. Mas já no seu reinado o sultão de Marrocos volta os olhos para outro lado do deserto, para as minas de sal de Teghazza, que lhe dariam a chave do comércio oeste-africano. Pede ele em 1546 a Ishak que lhe ceda essas minas. Como resposta, Ishak, profundamente ofendido, mandou-lhe a mensagem seguinte: 'O Mahmud que exige isto não é por certo o actual sultão do Marrocos. Quanto ao Ishak que aceitar, não serei eu com toda certeza! Esse Ishak ainda está para nascer.' Mandou também um contingente de 2000 tuaregues saquear a região do ued Draa, no sul do Marrocos. Em 1549 é a morte do Ishak, ao qual sucede Daud. Este está animado de um vivo espírito guerreiro, que o leva a campanhas contra o Mossi e o Macina."(KI-ZERBO, 1999, p.251).
Assume Askia Daud (1549-1582), este sim ficando bom tempo no comando do Império. Seus filhos matavam-se entre si, enquanto ele preferia receber os dinares para entregar suas explorações nas minas de sal. Logo, seus descendentes estão pacificados e os Tuaregues pagam tributos. Época de auge cultural, onde Tumbuctu teve grande sucesso. Em 1555, choque ante o exercito do Mali, que novamente foge. Em 1578 aparece uma crise política envolvendo Marrocos, Portugal e futuramente, Espanha, Inglaterra e até as Américas.


"Esta paz foi em breve perturbada por fatores externos, independentes do poder de ação dos askias (...) Portugal, que invadira o Marrocos, foi fragosamente derrotado na batalha de Alcácer-Kibir, também conhecida como 'a batalha dos três reis'. Nela perderam a vida, além do jovem rei dom Sebastião, os dois pretendentes ao trono marroquino, Abdul Malik e Mohammed XI. Tal resultado influi diretamente na política européia, africana e até com as colônias da América. Sem herdeiros diretos ao trono, Portugal e as Colônias (incluindo o Brasil) passaram por sessenta anos pela soberania da Espanha. Ao governo marroquino subiu Mulay Ahmad, dito al- Mansur (o vencedor), que logo entrou em choque com Songai, ao anexar as minas de sal de Taghaza, durante o reinado do askia Mohammed III (1582-1586)."(RODRIGUES, 1990, p.57).
         
Após essa crise o novo sultão marroquino recebe grandes fomentos para se tornar aliado europeu. Ainda um jovem recebeu um enorme apoio financeiro, e várias dádivas de países como Inglaterra, Portugal e Espanha. Segundo os interesses desta "aliança", Songai devia cair. Marrocos era agora um agente pró Europa.

"Al-Mansur replicou vivamente, lembrando o precedente do Império Almorávida. Aliás, acrescentou ele com ironia, não atravessam os vossos mercadores o deserto todos os dias e sem defesa? E terminou, gritando: 'Onde está a vossa coragem tão proclamada, vencedores de el-Kebir?' O conselho cedeu. Os anos seguintes foram para os preparativos". (KI-ZERBO, 1990, p.252).


          Após o ano de 1582, sobe ao comando askia mohammed el hadj. Nestes anos, ocorrem incursões dos marroquinos, somente por vias de espionagem, com grande apoio de um espanhol renegado.


O ano é de 1588. A guerra civil toma conta do país sobre a tutela de balama sidiki. Sendo exilado, bandeou-se para os lados de Mansur, onde se fez passar como um askia, e pregou fraquezas do Reino Gao. Assim, em 1590 o mundo marroquino do islão se apressa pra invadir o Songai. Em 16 de outubro atravessam o deserto, onde metade dos homens perece. Segundo Bertaux:



"Es la primera vez que los cañones atraviesan el desierto. Durante los cinco meses de travesia, una parte de los hombres muere de sed y de agoniamento. Pero al llegar al Níger, el 12 de abril de 1591, los songhais são expulsados a Tondibi, 50 km. Más arriba de Gao. Los conquistadores hispanomarroquíes ocupan Gao, abandonado por la poblácion; se instalan em Tombuctú. Pero una gran decepcion les aguarda: Dónde está el oro? No solamento no encuentran a orillas del Niger el esperado Eldorado, puesto que las minas están mucho más al sur, en la selva que hay a los pies del Futa." (BERTAUX, 1978, p.52).


           Em 28 de fevereiro de 1591, o encontro ocorreu e com os conflitos, tenta-se a negociação por parte marroquina, sendo totalmente desprezada pelos askias. Entre render-se ou lutar, os askias perderam muito tempo discutindo, e acabaram por serem derrubados. Agora, o Songai nunca mais será um Estado livre. O movimento de resistência será promovido por Ishak II, de Gurma e Tombuctu. Após tentativa de negociar, foi morto na intensificação da batalha em agosto de 91, por saqueadores, mas já não contava com apoio nem dos seus.


           Então, depois de atravessar o deserto e conseguir invadir o Songai, logo viram que o butim não seria tão incrível como o esperado. A decepção foi tamanha que o sultão estava crendo que Joder, seu espanhol renegado, estava traindo o Marrocos. Surge dois askias, um a favor dos marroquinos, o outro Askia Nuh, ardia em nacionalismo gao. Fazendo uso de táticas de guerrilha nas savanas, onde implica grandes derrotas para os marroquinos. Tumbuctu, revolta-se em mais marroquinos morrem. O Songai começou a fragmentar, agora temos dois reinos: o Dendi e o Tumbuctu. Nuh é morto em 1595, agora sim, o Songai não terá nem poeira daquele enorme Império Sudanês.


                Logo, o sultão recolheu o butim e em 1599, deixou o Gao a própria sorte nas mãos dos seus soldados que lá ficaram e praticamente construíram uma nova sociedade, já que passaram a eleger seus próprios comandantes, tendo 128 paxás em 90 anos! Mesclagens populacionais ocorrem, novas formas de vida social nascem. Os anos seguintes serão marcados por fome, peste entre outras mazelas que se colocam sobre a terra dos askias. A situação piorou ainda mais em 1738-1756, onde a peste alcançou várias regiões aos arredores. O ultimo reino do sudão acaba-se, e navios de portugueses aproximam-se da costa do guiné, chamados pelo











ORGANIZAÇÃO POLITICA, SOCIAL E ECONÓMICO


             Muito mais elaborado que a do Mali, provavelmente foi melhorada e comporação ao antigo suserano. Fazia-se toda uma cerimonia para a entroniazação, com direito a espada e insignia. A gama de funcionários tinham que se postar de modo muito formal, com vestimentas de seda e cerimonias como o de se despir e passar o pó na cabeça, ou em postos mais elevados farinha. Esta farinha era em geral deixada para os dyna koy, ou seja, os generais. Com os Askias, o exército ganha caráter efetivo, profissional e permanente. Suas armas são zagaias envenenadas, lanças, sabres. Dividido em uma enorme corporação de altos funcionários a équipe tinha vários postos. Citaremos alguns cargos: Tondi Fari, governador das montanhas; Germa – Fari, Chefe do superior e controlava um província; Hi-Koy, espécie de ministro da navegação fluvial, do clã sorko, que tradicionalmente está ligado as águas; fari-mondyo, inspetor geral da cobrança de impostos; horé-farima, grande sacerdote de culto aos antepassados e gênios; Sao-farima, inspetor e conservador das florestas, que velava pelo corte da madeira de construção e pela cobrança do imposto sobre os produtos de caça, até pela extração; ho-koy, chefe dos pescadores; korey farima, ministro dos Brancos.


ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA

          Os ministros eram demitidos ao bel-prazer do askia. A partir, disso imaginamos um poder quase absoluto sobre a administração política e econômica. Em caso de vacância do trono, estes ministros que passavam entre a criação de gado, rizicultura e disputas entre si, podiam concorrer à sucessão. Toda produção de arroz e outros cereais era depositadas quase que completamente nos celeiros imperiais. Estruturada basicamente em mão de obra escrava ou servil, sendo que a massa campesina só era oprimida em tempos de dificuldades, sendo em tempos de calmaria, tratada com certa piedade. Como alerta Ki-zerbo, seria totalmente errado ao ler a economia Songai e imaginar um feudo europeu. Os contratos aqui tem muita diferença em seus contextos. Mas, seria o reino mais parecido com as nossas instituições medievas.

            Para evitar fraudes, estabelecem medidas e pesos, sua moeda é ouro e sal, ambos seriam alvos de marroquinos no século XVI.
               As recentes políticas financeiras e investimento em novas infraestruturas não evitam que o Sudão continue a ter graves problemas econômicos. Desde 1997 que o Sudão tem vindo a implementar medidas macroeconômicas aconselhadas pelo FMI. Começaram a exportar petróleo em 1999; a produção crescente desde produto (atualmente 520.000 barris por dia) deu uma nova vida à indústria Sudanesa, e fez com que oPIB subisse 6.1% em 2003.
Como os Estados Unidos iniciaram sanções com o Sudão desde 1997, suas petrolíferas se retiraram do país neste ano, sendo substituídas por empresas de outros países como a Total (França), KFPC
(Kuwait), ONGC (Índia), Petronas (Malásia) e CNPC (China). A CNPC é controladora do consórcio Greater Nile Petroleum Operating Company (GNPOC), que inclui a Total, a ONG e a Sudapet (estatal Sudanesa). A GNPOC é responsável pela maior parte da produção sudanesa, controlando os blocos 1, 2 e 4.
O Sudão tem um solo muito rico: petróleo, gás natural, ouro, prata, crômio, asbesto, manganês, gipsita, mica, zinco, ferro, chumbo,urânio,cobre, cobalto, granito, níquel e alumínio.
Apesar de todos os desenvolvimentos econômicos mais recentes derivados da produção petrolífera, a agricultura continua a ser o sector econômico mais importante do Sudão. Emprega 80% da força de trabalho e contribui com 39% para o PIB. Este aparente bem estar económico é quase irrelevante; mais de 50% da população vive abaixo da linha de pobreza.


GRANDES METRÓPOLES

            Essas metrópoles eram super populosas. Jovens de Tumbuctu fizeram talvez um dos primeiros censos populacionais da África (se atendo somente a Tumbuctu), onde passaram casa por casa a contar quantas pessoas haviam na cidade, chegando ao número de 100 000 casas. Uma população basicamente formada por comerciantes, chefes de polícia e estrangeiros. Tumbuctu foi sem duvida um dos maiores centros de sabedoria e conhecimento de sua época, se não a mais importante cidade da época. Possuía 180 escolas islâmicas e uma moderna faculdade. Doutores e escritores do Magrebe, viajavam para lecionar nas mesquitas, ou mesmo assistir as aulas dos berberes ou dos negros sankorés. Sua Universidade, chamada de Al-Ahzar, chamava os principais cultos da época, inclusive na gestão do Kanka Mussa, os sábios como Abderhamane el Temini, fixaram-se na cidade. O centro do conhecimento se localizava no coração africano.


O REINO SONGHAI

            "A História dos Songhais começa por várias lendas".(Ki-Zerbo, 181).

           Antepassado epónimo: Faram Nakam Boté, nascido de seu pai Sorko e de mãe "fada", ligada aos espíritos da água, o que lhe faculta o favor dos DOS, senhores das boas terras. Havendo, portanto, subido o rio, Faran Makan Boté ter-se-ia aliado aos Gows, pescadores, um dos quais exercia as funções de Kanta (grande sacerdote). Ele estabeleceu assim o seu poder sobre um povo de camponeses na região de Tillabery. Outra lenda narra a união de dois irmãos, ZA (ou dia) el-aymen e Fará Maka Bate, que teriam vindo livrar os habitantes do rio da presença de um dragão mítico. Uma terceira bem mais provável de ter acontecido, da tiragem dos sorkos[5], que tiveram então de deixar konkya em 690, aproximadamente, para instalarem-se na região de Gao. Supostamente foi assim que começou a mais bem conhecida história do Sudão. Dúvidas norteiam o estudo desta época, algumas questões como, seriam esses estrangeiros? De onde vieram, da África do Norte ou do Levante? Como e porque foram aceitos pelos povos nativos? Em sitação de Joseph Ki-Zerbo:

"Cerca do ano 500 –diz a lenda-, príncipes berberes ou árabe do Iêmen teriam chegado às margens da curva do Níger e aí libertado os povos ribeirinhos (pescadores sorkos e camponeses gabibis) do terror de um peixe-feitiço (...) Estes clãs parecem ter vindo do Dendi, a jusante do Níger, onde tinham baptizado as duas margens, oeste e este, respectivamente de gurma e hauça (...) o reconhecimento dos gabibis teria elevado ao trono o autor deste feito, Za Aliamen. E o Zás ou Dias teriam reinado até 1335 em Kukya, numa ilha do Níger perto dos rápidos de Ansongo. Como esta contriubiução vinda do exterior era pequena (...) rapidamente assimilada pelos songais". (KI-ZERBO, 1999, p.182).

           A partir daí, começa-se a dinastia Dia. Segundo o Tarikh, 14 Dia reinam em Kukya. Em 1009 o 15 rei, Diá Kossoi, fixa a capital em Gao. Teria sido ele o primeiro a abraçar o Islã, que foi levado pelos Almorávidas, que ligavam através do comércio entre o norte da África e Al-Andalus, uma rede de comuniacações culturais e políticas. Outras influências foram exercidas pelos Mossis e outros povos, sendo que as fronteiras de Sonrai não eram fixadas firmemente.

            Nesta época Gao já rivalizava com o reino Mali e com Kumbi, sendo que Mali interessava pelas suas riquezas. Como foi dito anteriormente, no ano de 1325, o lugar-tenente de Kanka Mussa apoderou-se de Songai. Fez de seus príncipes reféns, ao mesmo tempo funcionários do mais alto escalão do seu governo. Esses príncipes Ali Kolen (Golen) e Suleiman Nar, conseguiram fugir e sacudir o poderio maliano, pelo menos por um tempo. Esta formada a dinastia Sonni, ou Sis.


SONNIS
Sonni Ali (1464-1493):

         "vamos assistir uma mudança de hegemonia sobre a curva do Níger. Sonni Ali, chamado Ali Ber (o Grande), é um conquistador comparável a Sundjata. Era cognominado Dali, isto é, o Altíssimo. Na realidade, era perito sobretudo em alta magia. Sacudiu definitivamente a tutela do Mali e engrandeceu-se à sua custa" (KI-ZERBO, 1999, p. 183).


            Em um quarto de século formou um império vasto como o de Carlos Magno. Tombuctu estava à espreita, e Ali conquista sua primeira vitória com a tomada de Tombuctu tocando de lá os nômades tuaregues. Chega em 1468. Sua segunda vitória foi ante Djennê[6] . Segundo Bertaux:


            "En 1468 se apodera de Tombuctú, que los tuaregs ocupaban desde 1435; pasa por las armas a los habitantes, ejecuta a los ulemas, sabios mulsumanes que se oponian a el, encarcela a los letrados e incedia la ciudad. Se apodera en 1473 de Djenné, en el Níger. Djenné fue fundada hacia 1250 por los soninkés; era el foco de um pequeño Estado relativamente próspero, sobre todo que desde que había reemplenzado a Ghana en el mercado deloro. Numerosos letrados se reunían allí. El prestígio intelectual de Djenné la hacía rival de Tombuctu (...) En 1476, Sonni Ali entra en su capital, Gao, cubierto de glória." (BERTAUX, 1978, p.49)

            Com os Peules se aproximando cada vez mais e tomando, mais reinos aos arredores se insinua ao Sudão. Ali lança-se a uma verdadeira cruzada contra os Peules, que também são chamados de Fulanis. Sonni Ali enfrenta já agora, problemas internos, como a unificação do seu império formado por dois reinos distantes (Sonrai e Djenné). Fora a discordância ideológica e religiosa que se tem com o Songai, ainda um islã superficial, com cheiro de animismo contra os dois reinos, Tombuctu e Djenné que são islâmicos fervorosos. Sonni não tem seu apoio, já que de islâmico tem apenas o nome, tendo os hábitos bem desregrados quanto as suas preces. Durante a volta da campanha no oeste, sabendo dos assuntos dos ulemás, resolve que tragam suas filhas virgens para a diversão, assim logo exaustas pelas tantas horas de caminhada são sumariamente executadas. Sua personalidade era muito rude, tinha a alma de um verdadeiro imperador. Adquiriu poderio de Jena em 1473 com a vitória sobre eles e o devido casamento com a rainha local, e logo anexa Macina. Seu fim tem várias versões, entre elas podemos observar:

            "Os Peules foram particularmente visados pelas suas campanhas muito duras. Não eram consetindos, nem na administração, nem na justiça. Os Sangarés foram a tal ponto dizimados – dizem-nos – que os que conseguiram escapar deste clã Peule se podiam abrigar à sombra de uma só árvores. Com efeito Sonni foi o verdadeiro fundador do império (...) Mas, os Mossi de Nasaré, a quem ele havia devastado algum tempo antes do território, entregaram-se em 1477, por sua vez, a um ataque-relampago, que, graças aos seus cavalos (...) Sonni Ali os perseguiu com vigor. Lançou também operações de grande envergadura para as escarpas de Bandiagara e através do Dendi. Foi ao regressar desta ultima que ele sucumbiu, em 1492. Sonni Ali, o Grande, deixava um império bem consolidado ao sul e a oeste. Deixava também uma reputação fulgurante de general invencível e uma recordação de grande dureza. O seu filho, Sonni Bakary devia reinar apenas um ano" (KI-ZERBO, 1999, p.184)


IMPERIO MALI
O Império Mali se formou na parte superior do Rio Níger e chegou à sua força máxima em meados do século XIV.[5] Sob o reinado do Império do Mali, as antigas cidades deDjenné e Timbuktu foram importantes centros de comércio e de aprendizagem islâmica.[5] O reino entrou em declínio e, posteriormente, foi resultado de conflitos internos, e até ser substituído pelo Império Songhai. O povo songhai é originário donoroeste da atual Nigéria, cujo império tinha sido há muito tempo uma potência naÁfrica Ocidental sob o controle do Império de Mali.[5]
No final do século XIV, o Império Songhai ganhou a independência do Império Maligradualmente, abrangendo a extremidade oriental deste império.[5] Sua queda foi resultado de uma invasão berbere em 1591,[5] marcando o fim do papel regional da encruzilhada comercial.[5] Após o estabelecimento de rotas marítimas pelas potências europeias, a rotas comerciais transaarianas perderam sua importância.
Na era colonial, Mali ficou sob o controle francês no fim do século XIX. Em 1905, toda a sua área estava sob controle da França, fazendo parte do Sudão Francês.[5] No início de 1959, o Mali e o Senegal se uniram, formando a Federação do Mali, que conquistou a sua independência em 20 de agosto de 1960.[5] A retirada da federação senegalesa permitiu que a ex-república sudanesa formasse a nação independente do Mali em 22 de setembro de 1960. Modibo Keita, que foi chefe de governo da Federação do Mali até sua dissolução, foi eleito o primeiro presidente.[5] Keita estabeleceu o unipartidarismo, adotando, por sua vez, uma orientação africana independente e socialista de fortes laços com a União Soviética e realizou uma ampla nacionalização dos recursos econômicos.

Em 1968, como resultado de um crescente declínio econômico, o mandato de Keita foi derrubado por um sangrento golpe militar liderado por Moussa Traoré.[6] O regime militar subsequente, de Traoré como presidente, teve a função de realizar reformas econômicas. Apesar disso, seus esforços foram frustrados pela instabilidade política e uma devastadora seca que ocorreu entre 1968 e 1974.[6] O regime Traoré enfrentou distúrbios estudantis que começaram no final dos anos 70, como também ocorreram três tentativas de golpe de estado. No entanto, as divergências foram suprimidas até o final da década de 1980.
O governo continuou a tentar implantar reformas econômicas, mas sua popularidade entre a população diminuiu cada vez mais.[6] Em resposta à crescente demanda por uma democracia pluripartidária, Traoré consistiu uma liberalização política limitada, mas negou a marcar o início de um pleno sistema democrático.[6] Em 1990, começaram a surgir novos movimentos de oposição coerentes, mas estes processos foram interrompidos pelo aumento da violência étnica no norte do país, devido ao retorno de muitos tuaregues ao país.
            Novos protestos contra o governo ocorreram em 1991 levaram a mais um golpe de estado, seguido de um governo de transição e a realização de uma nova constituição. Em 1992, Alpha Oumar Konaré venceu as primeiras eleições presidenciais democráticas. Após sua reeleição em 1997, o presidente Konaré impulsionou reformas político-econômicas e lutou em combater a corrupção.[7] Em 2002, foi substituído por Amadou Toumani Touré, general que liderou um outro golpe de estado contra os militares e impôs a democracia. Hoje, o Mali é um dos países mais estáveis de África no âmbito político e social.

CAUSAS DO SEU DECLÍNIO

Teve seu domínio durante os séculos XIII e XIV. Foi um Império dentre três consecutivos que dominaram a região, e dentre eles, o Império de Mali foi o mais extenso territorialmente comparado com os outros dois, Songhai e Gana.
Seguindo uma cronologia podemos enumerar o Império de Songhai como o primeiro império que obteve domínio sob a região do rio Niger, seguido pela Império de Gana que desapareceu por volta de 1076 quando foi imposto umgoverno de berberes e dos muçulmanos até que em 1240, o rei de Mali, Sundiata Keita, foi e os conquistou. Logo após essa decadência e essa conquista, ergueu-se o Império de Mali, que é considerado o maior o maior de todos os impérios medievais africanos.
Porém o Império de Mali foi muito inconstante. Certa vez, durante um período, o reino dos Mossinos que estava localizado na região do Alto Volta (um antigo pais africano cuja atualmente se tornou o pais Burquina Fasso) dominou uma parte de Mali e chegou até mesmo a saquear a sua capital. Mali posteriormente conseguiu recuperar o seu poderio sob a região sob a chefia de Suleimã, que governou Mali de 1341 a 1360.
O Império teve seu apogeu no inicio do século XIV com o governo de Mansa Mussa, que foi o responsável por converter todo o Império para o Islamismo. Em sua peregrinação a Meca (como costume de um islã) Mansa Mussa teve o acompanhamento de cerca de 15 mil homens, dizem que nessa comitiva tinha cerca de 100 camelos e uma expressiva quantidade de ouro. E nessa peregrinação ele trouxe para Mali vários mercadores e sábios que ajudaram na divulgação da religião islâmica. Foi Mussa que trouxe também o poeta-arquiteto Abu Issak, conhecidotambém como Esseheli, que foi quem planejou a grande mesquita de Djingareiber que teve inicio sua construção em 1325 e foi terminada por Kandu Mussa.
Quando retornou ao seu Império, Mansa Mussa, determinou a construção de escolas islâmicas na capital do Império. Assim a capital que era conhecida por ser um grande centro comercial ficou conhecida também como um grande centro de estudos religiosos. Referindo-nos ao comércio o Império controlava as principais rotas comerciais transaarianas da costa sul ao norte. Dentre os principais produtos comercializados estavam o ouro, o sal, o peixe, o cobre, escravos, couro de animais, nós de cola e cavalos.






CONCLUSÃO
Depois da investigação sobre Os Reinos Sudaneses conclui que; os reinos sudaneses foram convertidos ao cristianismo e constituíram até ao século XIV bastiões contra o avanço do islamismo. Em 1821 os exércitos enviados por Muhammad Ali, do Egito, ocuparam grande parte da região norte e desenvolveram o comércio de marfim e de escravos. Mais tarde, Ismail Paxá tentou alargar a influência do Egito para sul e nomeou o general inglês Gordon governador-geral do Sudão. Em 1881 Mahdi Muhammad Ahmed encabeçou uma revolução destinada a reformar o Islão e a expulsar todos os estrangeiros do Sudão. Em 1898 o sucessor de Mahdi foi derrotado por um exército anglo-egípcio. No ano de 1956 rebentou a guerra civil e um ano depois o Sudão tornou-se independente. Os anos seguintes seriam de instabilidade política. A um regime de democracia multipartidária seguiu-se um golpe militar em 1958 e o regresso a um regime civil em 1964. Em 1969 o coronel Nimeiri chefiou um segundo golpe e, três anos mais tarde, pôs fim à guerra civil, que durava havia 16 anos. Em causa estavam as rivalidades seculares entre o Norte, de religião muçulmana, e o Sul, de tradição cristã e animista de expressão africana.


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